Tabagismo antecipa menopausa e aumenta risco cardiovascular

Médica cardiologista do Instituto do Coração alerta sobre esse risco para a saúde da mulher

 05/12/2018 - Publicado há 6 anos

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Mulher e cigarro não combinam. Pesquisas demonstraram que a mulher que fuma antecipa a menopausa em até cinco anos e, com isso, aumenta o seu risco cardiovascular e a velocidade de envelhecimento da pele e de descalcificação dos ossos. Para falar sobre o assunto, o Jornal da USP no Ar conversou com a médica Jacqueline Scholz, coordenadora da área de cardiologia do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

De acordo com Jacqueline, a menopausa causa a redução dos níveis hormonais e isso está relacionado com o aumento do risco cardiovascular. Nas mulheres, o tabaco avança a menopausa: “As mulheres que fumam acabam perdendo essa proteção natural; ao antecipar a menopausa, as mulheres, então, antecipam o risco cardiovascular”, explica.

O tabagismo interfere na quantidade de estrógeno por conta da nicotina e do monóxido de carbono presentes no cigarro. A doutora alerta que a melhor maneira de evitar esse quadro é parando de fumar. A questão, ela ressalta, é justamente em como fazer o paciente parar. É aí que entra a importância do tratamento. “Muitas vezes, o estado emocional é o determinante que faz com que a pessoa, mesmo sabendo que ela tem que parar de fumar, não consiga nem tenha energia.” Ela explica que a dependência ao cigarro envolve dois circuitos cerebrais: um químico, em que a medicação vai bem, e um comportamental, que é a orientação e o acompanhamento.

O cigarro é um grande enganador, pois o usuário demora para perceber alguma limitação causada por ele. A doutora Jacqueline cita dados que informam que apenas 50% dos fumantes conseguem parar de fumar, mesmo após descobrirem alguma doença relacionada ao cigarro. Ela reforça ainda que existem serviços públicos de ajuda espalhados pelo Brasil inteiro para aqueles que desejam parar de fumar. O próprio Hospital das Clínicas oferece assistência para certos tipos de dependentes, de acordo com os atendimentos específicos.

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