Na coluna Ciência e Esporte desta semana, o professor Paulo Roberto Santiago fala da importância da dor, que, na ciência do esporte, além de funcionar como um alerta de que algo está errado, também gera produções científicas e discussões.
O professor conta que coordenou um congresso sobre dor, esporte e movimento. No decorrer do evento, foram apontados diversos fatores relevantes sobre a dor por especialistas das mais diversas áreas da saúde, e percebeu-se que os profissionais relacionados ao esporte não estão estudando ou dando o devido valor a esta variável, que é a dor, e que é tão importante.
Santiago ainda aconselha os profissionais de educação física que busquem estudar mais sobre as questões fisiológicas, psicológicas e mecânicas relacionadas à dor. “Ninguém estuda pessoas que toleram a dor ao extremo no esporte, como o caso dos lutadores de algumas modalidades como o MMA que, além de todo o treinamento físico e de preparação, ainda contam com uma tolerância impressionante à dor, tendo em vista que a modalidade se resume a suportar choques mecânicos, isto é, golpes”, afirma.
O professor ainda lembra que não é difícil encontrar modalidades nas quais as pessoas literalmente se estapeiam, ou alguém que gere um estímulo doloroso para que, assim, libere algumas substâncias na corrente sanguínea. “Mas será que isso realmente melhora o desempenho?”, questiona.
Santiago abre outros questionamentos e incentiva os estudiosos a desvendar o porquê dessas pessoas não sentirem dor. “Este não seria o caso de estudar essas pessoas de forma diferenciada? E aí, quem sabe, entender os mecanismos de como a dor auxilia em alguns casos para gerar a sensação de bem-estar, posteriormente, ou até mesmo em alguns casos a dor se tornar um mecanismo de potencialização esportiva”, conclui.
Ouça acima na íntegra a coluna Ciência e Esporte.