“Vida” é tema comum de três novas exposições na USP

Até 29 de julho, mostras estão em cartaz no Centro Universitário Maria Antonia

 10/05/2018 - Publicado há 6 anos
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A exposição Metamorfose – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

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ida: palavra que pode resumir o novo ciclo de exposições do Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP. As três mostras, 
SubterfúgioMetamorfose e Inservíveis, que a princípio não se conectam, convergem-se quando o tema é a vitalidade. Com obras que impressionam, o espectador consegue refletir e questionar sobre a existência humana sem deixar de se encantar com as xilogravuras, esculturas e objetos expostos. Com entrada franca, as exposições estão em cartaz até 29 de julho e contam com obras de renomados artistas e de jovens revelações nas artes visuais.

Exposição Metamorfose – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

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Do artista plástico paulistano de xilogravura Omar Jee, nome artístico de Omar dos Santos Filho, 
Subterfúgio traz obras relacionando “cidades, construções e saneamento básico”. O próprio título se destaca pelo seu significado “fuga”, o que ocorre de fato. Omar foge de uma visão saturada das grandes cidades e foca suas origens e o que não é visto, o seu saneamento.

A exposição Subterfúgios – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

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A exposição inclui a obra Urbe XXV, que no ano passado recebeu o troféu Waldemar Belisário no 40° Salão de Artes de Ilhabela. Em contraponto, o artista expõe obras inéditas que foram produzidas neste ano, especialmente para a exposição no Centro Universitário Maria Antonia.

A exposição Inservíveis – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

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“Há uma obra muito interessante em que ele compara o Rio de Janeiro com Aleppo, na Síria, com as duas estruturas de cidade sobrepostas. Ele procura também ter um caráter educativo com as matrizes e as placas expostas. Assim, a pessoa que não souber o que é xilogravura saberá como que ela é feita”, comenta o diretor do Ceuma, José Nicolau Gregorin Filho.

A mostra Inservíveis, do artista-revelação e professor do Instituto de Química (IQ) da USP Guilherme Marson, recebe o slogan “Se não é mais, pode ser qualquer coisa”. Nela, uma parte da vida é explorada: a mudança. A mudança e a procura por coisas novas são contínuas em nosso ser, consequentemente, junto a essas fases, há o descarte, matéria-prima do artista, vencedor na categoria Escultura do concurso +Arte+Cultura de 2017.

A obra Frestas, da exposição Inservíveis – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

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Com os entulhos sendo parte imprescindível das obras, Marson dá uma nova vida a eles, que algum dia foram descartados. Entre as obras, que foram pintadas com tintas especialmente elaboradas pelo artista, algumas são interativas e podem ser modificadas pelos próprios espectadores.

De modo mais explícito, a vida é retratada em Metamorfose. Como o próprio nome já indica, as principais fases da existência humana, e o que as compõe, são exploradas, desde a religiosidade e crenças até o autorreconhecimento. As esculturas expostas reúnem grandes nomes da arte cerâmica contemporânea e pós-graduandos da área.

Obras da artista Priscila Leonel expostas em Metamorfose – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

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Com uma árvore em cerâmica de 2 metros de altura e 5,5 metros de diâmetro no centro do salão, nota-se a relação com a fertilidade e as transformações que ocorrem durante a vida, comenta Nicolau Gregorin. “A árvore é o próprio símbolo da vida e da própria metamorfose, porque ela vai mudando conforme a estação do ano e dando frutos. A árvore representa a pessoa que está no meio e é a metáfora da própria vida.”

Gregorin comenta a conexão que as três obras carregam entre si. “Todas elas estão interligadas. O saneamento básico depende daquilo que se faz com o entulho, e vice-versa. Tem-se aquela metamorfose que é a proposta das ruas também. E como é que pode ter vida se não se pensar na estrutura e no que fazer com os resíduos sólidos da cidade em que se vive?”

O diretor do Centro Universitário Maria Antonia, José Nicolau Gregorin Filho – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

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O diretor do Ceuma conclui relacionando as exposições com o propósito do Centro Universitário Maria Antonia de fazer com que as pessoas possam “mudar um pouco o seu olhar para a vida por meio da arte”.

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As exposições SubterfúgioMetamorfose e Inservíveis ficam em cartaz até 29 de julho, de terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas, no Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP (Rua Maria Antonia 258, Vila Buarque, em São Paulo). Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (11) 3123-5234 e 3123- 5231 e pelo site do Ceuma (mariantonia.prceu.usp.br). Entrada grátis.

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