O Banco Central anunciou, na última quarta-feira (21), o 12º corte consecutivo nos juros básicos da economia. A taxa Selic caiu de 6,75 para 6,5% ao ano, a menor desde 1986. Para José Nicolau Pompeu, professor de MBA (Master in Business Administration) da Escola Politécnica da USP, a redução não representa um estímulo a investimentos do setor empresarial brasileiro.
Segundo o professor, o spread bancário, que é a taxa adicional de juros, ainda é muito alto, devido aos elevados níveis de inadimplência e dívida de empresas. Enquanto esse número não for reduzido, os investimentos não tendem a se elevar. “O que estimula os empresários no Brasil é a taxa de lucro, não a taxa de juros”, completa.
Depois de confirmada a queda na inflação, o Copom (Comitê de Política Monetária) deixou em aberto, ainda, a possibilidade de um novo corte na taxa Selic. Pompeu avalia, porém, que essa deflação é causada pelo alto número de desempregados no País. Com o desemprego, a economia fica travada, assim como a indústria nacional. O professor conclui dizendo que a incerteza do setor empresarial é fruto, também, do cenário político atual, que gera cautela nos investidores. O futuro do setor depende do resultado das eleições no fim do ano.
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