Os 50 anos de uma ideia chamada Tropicalismo

“Jornal da USP” traz série de textos, áudios, fotografias e vídeo sobre o movimento que mudou a história da MPB

 01/12/2017 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 15/10/2019 as 12:45
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Arte sobre foto do álbum Tropicália – 1968 / Philips Records – Jornal da USP

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Não foi como um lufar de vento fresco a refrescar o cotidiano da MPB naqueles distantes anos 1960. Foi um vendaval, que balançou as estruturas do que se entendia até então como música popular brasileira – na verdade, herdeira direta do samba e da bossa nova. Quando, em 1967, Caetano Veloso cantou Alegria, alegria e Gilberto Gil, Domingo no parque – ambos acompanhados por heréticas guitarras elétricas –, uma nova onda era inaugurada no cenário musical brasileiro. A essa onda se deu o nome de Tropicalismo – ou Tropicália, como se chamou a música-manifesto de Caetano lançada um ano depois – e nossa MPB nunca mais foi a mesma. Felizmente. O movimento durou pouco tempo: em finais de 1968, com os maus bofes do AI-5 obrigando os dois baianos a um exílio na swingin’ London, o Tropicalismo se esvaneceu. Mas as ideias lançadas como quem caminha contra o vento, sem lenço e sem documento, essas frutificaram até não poder mais. E tudo o que conhecemos de MPB a partir de então tem em sua carga genética as espirais tropicalistas.
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Tropicalismo, 50 anos de um marco na cultura brasileira

Celso Favaretto, Zuza Homem de Mello e Marcello Rollemberg – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O programa Diálogos na USP abordou os 50 anos da Tropicália. O programa teve a participação do professor Celso Fernando Favaretto, autor do livro Tropicália: Alegoria, Alegria, e do musicólogo Zuza Homem de Mello, também apresentador do Playlist do Zuza, ao ar na Rádio USP.  Leia mais

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Martin Grossmann cita a Tropicália como exemplo de vanguarda

Surgida há exatos 50 anos, a Tropicália “contaminou” toda a produção cultural brasileira. Ela é um exemplo de vanguarda no Brasil. Foi o que disse o professor Martin Grossmann em sua coluna “Na Cultura o Centro Está em Toda Parte”, transmitida no dia 25 de outubro de 2017 pela Rádio USP (93,7 MHz). Leia mais

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Especialista fala na Rádio USP sobre a influência dos tropicalistas

Sobre a importância e a influência dos tropicalistas, o programa Via Sampa, da Rádio USP, apresentou entrevista com Renato Gonçalves, mestre em Culturas Brasileiras pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP e doutorando em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes (ECA), também da USP. Leia mais

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Guilherme Wisnik apresenta “Tropicália”, de Caetano Veloso

O professor da USP Guilherme Wisnik ressalta a importância do movimento de contracultura da década de 1960 para denunciar o fundo falso do desenvolvimentismo instalado no Brasil na década anterior. Ele apresenta Tropicália a fim de mostrar a virada cultural que se deu nos anos 60, onde a modernidade, a nova capital nacional e o desenvolvimentismo de JK eram questionados pela arte, que apontava novos rumos possíveis para o Brasil. A canção de Veloso, hino dos tropicalistas, evidencia o caráter questionador do movimento que tomava forma.

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Tropicalismo revolucionou a música brasileira

Após o golpe de 64, a música foi um dos pilares da resistência política. Com letras alegóricas e sons experimentais, o Tropicalismo deixou sua mensagem e alterou profundamente a produção musical no Brasil.
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Ainda o Tropicalismo

Celso Favaretto, professor aposentado da Faculdade de Educação da USP

O momento tropicalista da cultura brasileira, nos anos 1967-68, resultou do formidável florescimento artístico-cultural em curso desde a década anterior e da radicalização das relações entre experimentalismo artístico e participação social.

Respondeu com rara argúcia crítica aos imperativos de modernização do País, às mudanças artísticas, aos sinais de internacionalização da cultura e às injunções do regime implantado pelo golpe civil-militar de 1964. Leia mais

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