Os atletas são o maior legado dos Jogos Olímpicos 2016

Faltou planejamento sobre a infraestrutura do evento e crise econômica agrava as consequências negativas

 04/08/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 08/08/2017 as 13:02
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O Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA) organiza o evento Um Ano Depois: O que Restou dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Coordenado por Kátia Rubio, professora da Escola de Educação Física e Esportes da USP, o debate ocorrerá no próximo dia sete, a partir das nove horas da manhã. Kátia Rubio, que também é integrante do programa Ano Sabático do IEA, em 2017, com o projeto A influência dos Deslocamentos Nacionais e da Migração Transnacional na Formação da Identidade de Atletas Olímpicos Brasileiros e Ricardo Leyser, ex-Ministro do Esporte de 2016, formado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, e Ciências Sociais pela USP, conversam sobre o cenário do esporte no Brasil e as expectativas alcançadas e não alcançadas pelas Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Foto: Roberto Castro / Brasil2016 via Flickr – CC

A professora faz duras críticas ao planejamento dos Jogos Olímpicos. Para a pesquisadora, muito se falou em heranças do evento, mas um legado se constrói com um plano de execução, não só com um plano de desejo. A Autoridade Pública Olímpica, segundo Kátia Rúbio, foi negligente e o Comitê Olímpico Internacional fez demandas inatingíveis. A pesquisadora defende ainda uma maior valorização dos atletas e rebate críticas sobre o fato de alguns deles terem batido continência no pódio. Kátia Rubio lembra que, historicamente, foi nos quartéis militares onde muitas pessoas pobres puderam ter contato com esportes olímpicos. A saudação militar, de acordo com a professora, foi gesto natural de gratidão.

Ricardo Leyser destaca que, com a mudança no governo federal do ano passado , os projetos estruturantes do esporte, desenvolvidos desde os preparativos para os jogos Pan-americanos de 2007, estagnaram. O Ex-Ministro ressalta também que não se pode analisar o processo dos Jogos Olímpicos com base, isoladamente, em um ano de crise, em meio a um governo federal com problemas de legitimidade. Leyser acredita que os brasileiros precisam repensar sua relação com o esporte, a qual seria muito baseada em fenômenos. Para ele, é preciso consolidar uma cultura de apreciação e prática esportiva, independente de vitórias. Ricardo enfatiza que qualquer pessoa que chegue em um final olímpica, já é um atleta digno de admiração. Além disso, o ex-Ministro lamenta a falta de investimento e cobertura da mídia para modalidades olímpicas afora o futebol.

Para mais informações sobre o evento Um Ano Depois: O que Restou dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

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