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Com a criação da Universidade de São Paulo, em 1934, o Instituto de Hygiene e Saúde Pública foi incorporado a ela, mas como um departamento da Faculdade de Medicina. Só foi transformado em instituto autônomo em 1945, recebendo o nome de Faculdade de Higiene e Saúde Pública, posteriormente mudado para Faculdade de Saúde Pública (1969).
Nos seus cem anos de existência, a FSP teve atuações com ênfases distintas, de acordo com os diferentes momentos históricos e demandas da sociedade. Dentre elas, as reformas do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo em 1925, liderado pelo próprio Paula Souza; da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo em 1969, conduzida pelo sanitarista Walter Sidney Leser; e do Ministério da Saúde na gestão do ministro Paulo de Almeida Machado (1975-1979), que contou com a colaboração de inúmeros de seus docentes.
Os primeiros cursos oferecidos foram os de formação de sanitaristas (com as ideias propostas pela Fundação Rockefeller) para o controle da febre amarela, e o de educadores sanitários para capacitar professores primários a educar a população para a consciência sanitária. Em 1939, a FSP foi pioneira ao criar o curso de graduação em Nutrição, reconhecido como de excelência nessa área no País. Em 2012, foi implantado o curso de graduação em Saúde Pública.
No decorrer de sua história, professores da FSP destacaram-se no desenvolvimento de pesquisas de grande impacto na ciência e na sociedade brasileira, dentre elas podemos citar: nas áreas de nutrição em saúde pública, saneamento ambiental, odontologia sanitária, estudos populacionais e de mortalidade, planejamento em saúde pública, administração sanitária, controle de doenças infecciosas, epidemiologia médico-entomológica, saúde ocupacional, tisiologia e pneumologia sanitária, dermatologia sanitária e administração hospitalar.
A Faculdade de Saúde Pública conta com o Centro de Saúde Geraldo de Paula Souza, fundado em 1925 e considerado o primeiro serviço local de saúde pública implantado no Brasil, criado nos moldes dos Health Centers americanos, e também com o Serviço Especial de Saúde de Araraquara (SESA), criado em 1947 como centro de saúde modelo em área rural.
Os primeiros cursos oferecidos foram os de formação de sanitaristas (com as ideias propostas pela Fundação Rockefeller) para o controle da febre amarela, e o de educadores sanitários para capacitar professores primários a educar a população para a consciência sanitária.
Como atividade de extensão de serviços à comunidade, seus docentes têm ocupado cargos relevantes em órgãos estaduais e federais de saúde. Nos últimos 20 anos, atuaram na qualidade de consultores técnicos em diferentes áreas de especialidade, com destaque para áreas de entomologia médica, sistemas de informação em saúde, vigilância e controle de doenças infecciosas, nutrição em saúde pública, saúde materno-infantil e planejamento e avaliação de políticas de saúde.
A produção científica da FSP ao longo de sua história tem trazido contribuições importantes à sociedade como: a fluoretação da água para a diminuição da incidência de cáries; a iodatação do sal de cozinha para prevenir o bócio e a introdução da alimentação balanceada nas fábricas; treinamento e capacitação de profissionais de saúde para controle da tuberculose; novas técnicas de diagnóstico laboratorial de DST e hanseníase; a elucidação da dinâmica de transmissão das doenças transmitidas por insetos vetores em áreas endêmicas, de forma a contribuir com sua eliminação. Além disso, realizam-se pesquisas sobre doenças não transmissíveis e seus potenciais fatores de risco decorrentes do aumento da longevidade.
Na década de 1960, foi fundado o Centro de Estudos de Dinâmica Populacional (Cedip). Pioneiro no gênero no País, nucleou a introdução do ensino formal de demografia, com a criação do curso de especialização. Já nas estatísticas de saúde, a faculdade avançou significativamente nas pesquisas de mortalidade e morbidade.
A FSP forneceu parte importante dos técnicos para implementação dos convênios do Sistema Único de Saúde (SUS) nos planos federal e estadual, e também na capacitação dos municípios para assumir o atendimento básico. Outra área que demonstrou grande dinamismo foi a de Saúde Ambiental, que, por meio de seus cursos e pesquisas, estimulou a criação do Centro Tecnológico de Saneamento Básico, depois Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), um dos centros mundiais de referência da Organização das Nações Unidas (ONU) nas questões ambientais.
Os estudos da instituição sobre “peregrinação” pelos serviços de saúde das gestantes paulistas durante o trabalho de parto fizeram parte dos motivos que justificaram a criação dos comitês de estudo de morte materna no Brasil, em 1988. A Faculdade de Saúde Pública tornou-se, por meio de suas pesquisas, seminários nacionais e internacionais e publicações científicas, referência nacional no que se refere a abordagens do campo da saúde mental a partir de uma perspectiva coletiva e pública. Alguns docentes dedicam-se também a compreender as necessidades físicas e psicológicas dos idosos, para manutenção de sua qualidade de vida.
Assim, a experiência da Faculdade de Saúde Pública tem mostrado que sua missão de “produzir e disseminar conhecimentos em Saúde Pública por meio de ensino, pesquisa e extensão, contribuir para a melhoria das condições de saúde da população e para a formulação de políticas públicas” tem sido cumprida pelo esforço de docentes, funcionários e alunos.