O Patagotitan é um titanossauro herbívoro encontrado na Argentina, na região da Patagônia - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Exposição com maior dinossauro do mundo une ciência e diversão

Com curadoria do professor Luiz Eduardo Anelli, do Instituto de Geociências da USP, trabalho é exemplo de como levar o conhecimento da Universidade para o público geral; exposição vai até 27 de novembro no Ibirapuera, em São Paulo

 27/09/2022 - Publicado há 1 ano     Atualizado: 29/09/2022 as 8:24

Texto e diagramação: Luísa Hirata

Tem fascinação pelo mundo dos dinossauros? Então você precisa visitar a exposição Dinossauros: Patagotitan, o Maior do Mundo, que traz um dinossauro de 40 metros de comprimento e mais de 70 toneladas, o maior que já habitou a Terra: o titanossauro herbívoro Patagotitan (Patagotitan mayorum), encontrado na região da Patagônia, na Argentina. A mostra está no Pavilhão das Culturas Brasileiras do Parque Ibirapuera e vai até dia 27 de novembro. A curadoria científica no Brasil é do paleontólogo Luiz Eduardo Anelli, professor do Instituto de Geociências (IGc) da USP e diretor da Estação Ciência, órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP.

Anelli entende sua participação nessa exposição como uma forma de levar às pessoas o conhecimento que está sendo produzido na Universidade. O convite para ser o curador veio a partir da visibilidade que ele conseguiu por meio da carreira de escritor de livros de divulgação científica para o público infantil, apoiada pelos diretores do IGc. “É um reconhecimento de que a Universidade precisa apoiar os professores para desenvolverem a vocação de se comunicar com a sociedade.” 

Ele também é autor de livros como Dinos do Brasil e Novos dinos do Brasil, que catalogam os dinossauros que viveram em território brasileiro. A exposição conta com um dinossauro do Brasil: o Buriolestes schultzi, o mais antigo do mundo, que viveu há 233 milhões de anos, encontrado no sítio arqueológico de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

Luiz Eduardo Anelli, paleontólogo, professor do IGc e curador científico da exposição, à esquerda; e Diego Pol, paleontólogo do MEF, à direita - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O professor afirma que a exposição também é uma oportunidade para os brasileiros aprenderem mais sobre a nossa pré-história, um “pilar” da cultura de muitos países desenvolvidos, que privilegiam a educação. “É um tema que nos ensina sobre a história desse mundo, e nós precisamos aprender com eles a celebrar a nossa própria pré-história.”

Dinossauros: aprender sobre o passado para entender o futuro

A exposição vem do Museu Paleontológico Egidio Feruglio (MEF), da cidade argentina de Trelew. Todos os dinossauros selecionados são da América do Sul. No total, além do Patagotitan, são 16 réplicas de esqueletos completos e 20 fósseis originais dos períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo, de espécies pequenas a gigantes.

<< O Patagotitan levou cerca de 50 anos para atingir as dimensões de quase 40 metros de altura e mais de 70 toneladas, de acordo com os pesquisadores. Esse é considerado um crescimento acelerado

Ele foi encontrado pela ponta do fêmur. Medindo 2,5 metros, você pode deitar ao lado da réplica para entender o quão grande o osso é

O Buriolestes é um dinossauro pequeno, do tamanho de um cachorro doméstico grande. Carnívoro, era ágil e tinha garras afiadas. Como é parte da transição evolutiva, ele é ancestral dos grandes dinossauros herbívoros, como o Patagotitan

Um dos destaques da exposição é o Tyrannotitan (Tyrannotitan chubutensis), um carnívoro gigante com 12 metros de comprimento e que, apesar do tamanho, tem braços muito curtos

Fotos: Marcos Santos/USP Imagens

Além de admirar cada fóssil, o público conhecerá a história dos dinossauros e da Terra desde a formação dos continentes a partir da fragmentação da Pangeia, por meio de painéis, vídeos e estações interativas, que trazem explicações sobre o tempo geológico, o processo de formação dos fósseis e as transformações ambientais que ocorreram no período de evolução desses superanimais.

A proposta dos pesquisadores em relação à exposição é levar o conhecimento científico para as pessoas e convidá-las a refletirem sobre a conservação do planeta para as próximas gerações, além de entusiasmar crianças e jovens a experimentarem as áreas da ciência a partir da paleontologia. 

A partir da prática de explorar, entendendo, por exemplo, como os eventos climáticos afetaram a evolução e extinção das espécies, e preservar as descobertas em coleções e museus, “podemos aprender para [resolver] os problemas que hoje estamos enfrentando”, afirma Diego Pol, paleontólogo argentino do MEF.

Ao abrir a ExpoDinosARExperience no seu celular, mire a câmera para as placas espalhadas pelo chão da exposição para interagir com os dinossauros - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Menino monta dinossauro com peças que simulam os fósseis - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A exposição também conta com recursos interativos: já na entrada, na Praça DINOS, o aplicativo de realidade aumentada ExpoDinosARExperience permite aos visitantes tirarem fotos com dinossauros que se movem como se estivessem vivos. O app está disponível nas lojas de aplicativos. Você também pode baixá-lo lendo o QR Code pelo celular num painel na entrada. Para as crianças, há um tanque de areia com réplicas de esqueletos que elas podem escavar e, assim, vivenciar o trabalho do paleontólogo.

Pelo pavilhão, há peças de resina de partes dos dinossauros que o público pode tocar. Também é possível bater, como um tambor, numa réplica 3D de um coração de dinossauro gigante, que produz um batimento que ecoa pelo espaço.

Há planos de levar a exposição para outras cidades e incluir mais dinossauros brasileiros, por meio de uma parceria com o Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa), laboratório de paleontologia ligado à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), “para ampliá-la e trazer um pouco da nossa pré-história”, diz Anelli.

Pata do Eoraptor lunensis, um dos mais antigos do mundo - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Exposição Dinossauros: Patagotitan, o Maior do Mundo

Período: até 27 de novembro de 2022
Horários: terça a sexta, das 10h às 19h40; sábado e domingo, das 9h às 19h40 (última entrada às 19h40)
Local: Pavilhão das Culturas Brasileiras (Pacubra) do Parque Ibirapuera
Avenida Pedro Álvares Cabral, sem número, com acesso pelo Portão 10
A visita é guiada por monitores. Os ingressos variam de R$ 20 a R$ 50. Você pode garantir sua entrada e obter mais informações clicando aqui ou pelo Instagram (@expodinos).


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