Fotos: Marcos Santos e Cecília Bastos/USP Imagens
Comunidade USP: somos mais de 120 mil pessoas
Número inclui estudantes, professores, pesquisadores e funcionários registrados no Anuário Estatístico 2023; maioria é do gênero masculino e branco
Quem são as pessoas que estudam, pesquisam e trabalham em uma das principais universidades da América Latina? As respostas estão no Anuário Estatístico da USP, um censo que reúne dados e estatísticas demográficas e acadêmicas. A publicação é divulgada desde 1987.
Nas palavras do reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior: é uma “importante ferramenta para dar visibilidade e prestar contas à sociedade sobre as ações desenvolvidas pela Universidade”. O último saiu em junho deste ano, referente a 2022. Entre estudantes, docentes (professores), pesquisadores e funcionários, a comunidade USP chegou a mais de 120 mil pessoas, para ser mais preciso 120.598.
A maior parte são estudantes: 60.120 matriculados na graduação e 37.238 na pós-graduação. E a maioria se concentra na cidade de São Paulo: 68,06% dos alunos de graduação e 70,33% da pós.
A concentração na capital paulista é explicada pela oferta de cursos. Somente na graduação, são 227 opções em São Paulo. Em Ribeirão Preto, que é a segunda cidade com mais cursos, tem 49. A USP está presente também em São Carlos, Piracicaba, Lorena, Pirassununga e Bauru, todas no interior do Estado.
Distribuição da população da USP
Dados do Anuário Estatístico da USP 2023
1.098
Alunos de Ensino Fundamental, Médio e Técnico
60.120
Alunos de Graduação
37.238
Alunos de Pós-Graduação
4.137
Pós-Doutorandos
5.151
Docentes
12.854
Servidores Técnico e Administrativo
TOTAL
120.598
Mas fora os estudantes, a universidade também conta com docentes que, além de se ocuparem do ensino, realizam pesquisas e atividades voltadas à comunidade. Na USP, eles são 5.151. A esse número, acrescenta-se outros 2.845 professores seniores. Uma das novidades do Anuário 2023 foi a inclusão dos docentes que já se aposentaram, mas continuam voluntariamente em salas de aulas, sem receber nada além da aposentadoria, pelo simples prazer de lecionar.
Já quem dá o suporte, coloca tudo para funcionar e é responsável pela manutenção da universidade, são os 12.854 chamados servidores técnico-administrativos. Eles exercem as mais variadas funções, que vão desde pedreiro, motorista, a técnico de laboratório, bibliotecário.
Onde estudam os alunos de graduação?
A maioria na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH): são 9.138. Depois vem a Escola Politécnica (Poli) com 5.079 e a Escola de Artes, Ciências e Humanidades: 4.692
Alunos estrangeiros matriculados na graduação:
305, a maioria está na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), em São Paulo: 33
De onde eles vêm?
Japão (42), Peru (23) e Coreia do Norte (17)
Concorrência no vestibular
Atenção: dados do vestibular de 2023
Cursos com maior relação candidato vaga na Fuvest
- Medicina, São Paulo (118)
- Medicina, Ribeirão Preto (95,9)
- Relações Internacionais (84,2)
Cursos com menor relação candidato vaga na Fuvest
- Engenharia de Minas – integral (0,6)
- Lazer e Turismo (1)
- Geofísica – diurno (1)
- Meteorologia – diurno (1)
Cursos com maior relação candidato vaga no Enem-USP
- Medicina, Bauru (747,9)
- Fisioterapia (560,3)
- Relações Internacionais – diurno (425,2)
Cursos com menor relação candidato vaga no Enem-USP
- Geociências e Educação Ambiental (5,2)
- Ciências da Natureza (6)
- Lazer e Turismo – Vespertino (6,9)
Comunidade masculina e branca
Nas informações de raça/cor e gênero, os estudantes de ensino fundamental, médio e técnico não são considerados. Assim, dos 119.500 alunos de graduação, pós-graduação, pós-doutorandos, professores e funcionários técnico-administrativos que compõem a comunidade USP, 52,6% são do gênero masculino.
Mais da metade se identifica como branco: 57,2%, lembrando que, nesse quesito, 22,8% preferiram não informar sua raça/cor, conforme constava no questionário.
Os números indicam que a USP é predominantemente masculina e branca, sobretudo quando se considera apenas os professores. Dos 5.151 docentes, 2,7% não informaram a raça/cor e 91,23% se autodeclararam brancos.
Porcentagem da população da USP por raça/cor
Dados do Anuário Estatístico da USP 2023
Apenas dois professores se autodeclararam indígenas, 192 como amarelos, 93 como pardos e 28 como pretos. A unidade que tem maior percentual de docentes que se identifica como APPI é o Instituto de Relações Internacionais (IRI): 17,65%.
Um dos coletivos negros da USP e o professor Kabengele Munanga: quase 20 mil pessoas da comunidade uspiana se identificam como pretas ou pardas -
Fotos: Arquivo pessoal e Cecília Bastos/USP Imagens
A discrepância entre os gêneros é maior entre os professores. As mulheres representam apenas 37,49% entre o total de docentes. Chama atenção a baixa presença de professoras em algumas unidades. No Instituto de Física de São Carlos, elas são apenas 11,54%. Na Escola Politécnica, a situação é parecida, dos 385 docentes, 13,77% são professoras. Na Escola de Educação Física de Ribeirão Preto (EEFERP), representam 15,79%.
Em relação aos servidores técnico-administrativos, dos 12.854, 3% não informaram sua raça/cor e 77,4% se autodeclararam brancos. Do ponto de vista de gênero, os números são mais equilibrados com 47,7% de presença feminina.
Em 23 de maio deste ano, a reitoria da USP informou que passará a adotar políticas afirmativas para pretos, pardos e indígenas (PPI) em concursos públicos para cargos de docentes e para processos seletivos de servidores técnicos e administrativos.
O tipo de ação afirmativa aplicável a cada concurso público ou processo seletivo será definido a partir do número de vagas em disputa. Para os concursos ou processos seletivos em que o número de vagas oferecidas seja igual ou superior a três, serão reservadas 20% das vagas existentes ao público PPI.
Distribuição da população da USP por raça/cor
Graduação | Pós-Graduação | Pós-doutorando | professor | servidor | total | |
---|---|---|---|---|---|---|
Amarelo | 2.986 | 611 | 51 | 192 | 349 | 4.189 |
Branco | 38.549 | 13.960 | 1.148 | 4.699 | 9.946 | 68.302 |
Indígena | 66 | 78 | 3 | 2 | 5 | 154 |
Pardo | 10.461 | 2.592 | 124 | 93 | 1.505 | 14.775 |
Preto | 3.124 | 936 | 31 | 28 | 699 | 4.788 |
Não informado | 4.934 | 19.061 | 2.664 | 137 | 380 | 27.176 |
Total | 60.120 | 37.238 | 4.021 | 5.151 | 12.854 | 119.384 |
Dados do Anuário Estatístico da USP 2023
Dados do Anuário Estatístico da USP 2023
A situação entre os alunos matriculados na graduação é um pouco mais diversa, no entanto, predomina os que se autodeclararam brancos: 64,1% entre os mais de 60 mil estudantes. O segundo maior grupo é de pardos, com 17,4%, seguido de pretos (5,2%), amarelos (5%) e indígenas (0,1%), não quiseram informar sua raça/cor 8,2%.
Mais da metade dos pós-graduandos e pós-doutorandos não informaram raça/cor. Entre aqueles que responderam da pós, 37,5% se autodeclararam branco, 7% pardos, 2,5% pretos e 1,6% amarelos
Alunas do centro acadêmico da Escola Politécnica e a biomédica Ana Carolina Souza Ramos de Carvalho: presença do gênero feminino é ligeiramente maior
somente na pós-graduação - Fotos: Divulgação/CAEA e Cecília Bastos/USP Imagens
Desde 2017, a Universidade reserva 50% das suas vagas, em cada curso de graduação e turno, a candidatos que estudaram em escolas públicas (EP). Nesse percentual, incide reserva de vagas para candidatos pretos, pardos e indígenas (PPI) equivalente à proporção desses grupos no Estado de São Paulo, segundo o último censo da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é de 37,5%.
Distribuição da população da USP por gênero
Masculino | feminino | total | |
---|---|---|---|
Aluno de graduação | 32.461 | 27.659 | 60.120 |
Aluno de pós-graduação | 18.304 | 18.934 | 37.238 |
Pós-doutorando | 2.096 | 2.041 | 4.137 |
Docentes | 3.220 | 1.931 | 5.151 |
Servidores | 6.725 | 6.132 | 12.854 |
Total | 62.806 | 56.697 | 119.500 |
Dados do Anuário Estatístico da USP 2023
A presença do gênero feminino entre os estudantes é ligeiramente maior somente na pós-graduação: 50,8% entre os 37.238 alunos. Na graduação, 54% dos 60.120 estudantes são homens.
Mais detalhes sobre a comunidade
O responsável pelo Anuário Estatístico da USP é o Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico (Egida). O escritório está formulando melhorias na coleta de dados demográficos da comunidade uspiana.
“Nós criamos um grupo de trabalho formado por representantes das cinco pró-reitorias e tinham dois objetivos: definir indicadores para as pró-reitorias e definir informações básicas que todo dirigente na USP deveria ter armazenadas para tomada de decisão” explica a coordenadora do Egida, professora Fátima de Lourdes dos Santos Nunes.
A partir disso, foi criado um cadastro pessoal único para qualquer pessoa que vier estudar ou trabalhar na USP. Ele foi padronizado com base nas informações que professores e servidores técnico-administrativos já devem responder durante o recadastramento anual do governo do Estado de São Paulo.
Fátima de Lourdes dos Santos Nunes, professora de Ciência da Computação na USP e coordenadora do Egida - Foto: Arquivo Pessoal
Entre as informações estão perguntas sobre sexo, orientação sexual, identidade de gênero, deficiências, como se considera em relação a cor, entre outros. “Começamos a aplicar o questionário neste semestre durante a matrícula dos estudantes de graduação. No próximo semestre, será para a pós-graduação e queremos avançar para quem faz cursos de extensão e todos os outros sistemas da Universidade”, disse Fátima.
Alunos de graduação em aula de Filosofia: graduação tem pouco mais de 60 mil pessoas na comunidade USP - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
De onde vem esses dados?
O Anuário Estatístico da USP não possui apenas dados demográficos, ele é dividido em 14 seções e ainda traz mapas de campi, prédios e outras infraestruturas da Universidade. Muitas das informações são incluídas a partir de demandas das áreas, um exemplo é a seção inovação.
“As informações sobre patentes, startups e incubadoras mantidas pela USP não eram registradas de uma forma que permitisse fazer uma série histórica. Passamos um tempo estudando os indicadores e propusemos a publicação na seção desde 2020. O mesmo ocorreu com a área de sustentabilidade, que entrou em 2021”, explica o bibliotecário do Egida, André Serradas.
Neste ano, o anuário trouxe novas informações como a descrição das atividades das fundações de apoio ligadas à USP. Inicialmente foram incluídos dados sobre a Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP), Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ) e Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE). A expectativa é ampliar esse número nos próximos anuários.
André Serradas, bibliotecário do Egida - Foto: Arquivo Pessoal
As informações do anuário são organizadas pelo Egida e contam com o apoio técnico da Superintendência de Tecnologia da Informação (STI).
“Hoje, metade das informações são coletadas dos sistemas corporativos da USP e a outra metade de forma manual. A STI faz a coleta dos dados que estão nos sistemas e nós temos um funcionário responsável por solicitar as informações às unidades, a coleta é muito trabalhosa. Então começamos isso no fim de dezembro ou início de janeiro”, afirma a coordenadora do Egida.
Ela conta que há uma necessidade de melhorar a coleta para fazer com que as informações estejam disponíveis mais rapidamente. A STI formulou um sistema para facilitar a inserção dos dados manuais pela equipe do Egida. “Com isso, agilizamos em pelo menos dois ou três meses o lançamento do anuário e a ideia que a gente diminua ainda mais esse tempo no próximo ano”.
Para conferir mais dados, consulte o Anuário Estatístico em https://uspdigital.usp.br/anuario
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