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Ciclo de encontros acadêmicos debaterá o estágio atual e o futuro da ciência no Brasil
Em quatro eventos, a partir de abril, a USP discutirá os caminhos para reforçar ainda mais suas atividades de ensino e pesquisa e fortalecer seu relacionamento com a sociedade
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
A USP foi considerada a melhor universidade da América Latina segundo a 13ª edição do QS Latin America & The Caribbean Ranking. Também está entre as 100 melhores do mundo, conforme a 20ª edição do QS World University Ranking 2024. Não são classificações que ocorreram por acaso, mas frutos da intensidade e da qualidade da pesquisa desenvolvida pelo seu corpo docente, que se espalha pelos seus oito campi, e de sua dedicação à formação de seu corpo discente, que o sucederá na missão de ensinar às futuras gerações ou prestará serviços de grande utilidade diretamente para a sociedade nas suas futuras atividades profissionais.
“É papel fundamental da Universidade engajar a ciência brasileira no
desenvolvimento de novas frentes de pesquisa. As conferências e atividades dos encontros acadêmicos sobre O Futuro da Ciência no Brasil cumprem esse papel e objetivam manter a USP alinhada com o que de mais relevante as universidades produzem no mundo”, afirma Carlos Gilberto Carlotti Junior, reitor da USP.
Para garantir essas contribuições reconhecidas pelos rankings internacionais e aprimorar ainda mais os serviços prestados às sociedades paulista e brasileira, a USP precisa estar permanentemente sintonizada ou à frente do estado da arte de todos os conhecimentos desenvolvidos pelas universidades no mundo. O seu vasto espectro de atividades acadêmicas e de pesquisa, amplamente reconhecido, já é um indício desse alinhamento. Para fazer um balanço desse potencial, e o melhor caminho para aprimorá-lo, está programado o ciclo de seminários O Futuro da Ciência no Brasil, que acontecerá a partir deste próximo 8 de abril.
Carlos Gilberto Carlotti Junior - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
“A proposta é promover um conjunto de encontros acadêmicos que permitam à USP apresentar o que é produzido pelos seus grupos de excelência, seja internamente, seja internacionalmente”, adianta o professor Arlindo Philippi Júnior, chefe de Gabinete da Reitoria e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP. Além de mostrar uma parcela do que a USP tem feito na área da ciência e o que se pode esperar da instituição nos próximos anos, há outro importante objetivo: debater como e quanto a sociedade se beneficia das atividades da Universidade e como e quanto ela percebe e valoriza essa contribuição.
Representantes de agências de fomento e lideranças de grupos governamentais serão convidados para debater sobre as diferentes visões sobre o futuro da ciência no País e as políticas públicas necessárias para garanti-lo. “A ideia é provocar debates em torno de questões que indicam, não o funcionamento atual das agências de fomento e das políticas públicas que nós já possuímos, mas como essas agências vislumbram o horizonte daqui a cinco, dez anos, as mudanças que serão necessárias para que estejamos na vanguarda do mundo”, destaca Philippi Jr.
O primeiro evento a ser realizado, em 8 de abril, será Centros de Estudos: agendas globais na pauta da USP, moderado pelo professor José Sebastião dos Santos, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. O segundo será Inovação, os ecossistemas da USP, organizado por Raúl Gonzalez Lima, pró-reitor adjunto de Inovação e professor da Escola Politécnica (Poli), a ser realizado em maio próximo. Em junho, ocorrerá o encontro Cepix: novas fronteiras de pesquisa, a ser liderado pelo professor Fernando Queiroz Cunha, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. O último encontro a ser realizado, no início de julho, será Caminhos para o Futuro da Ciência, coordenado por Paulo Nussenzveig, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da USP e professor do Instituto de Física.
Arlindo Philippi Junior - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Centros de Estudo
O primeiro evento, coordenado pelo professor José Sebastião dos Santos, da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, a ser realizado em
abril, será focado nos Centros de Estudo, que concentram atividades de ensino, pesquisa e extensão, em torno de profissionais de alta competência da Universidade. “A ideia é mostrar como a Universidade se organizou para tratar de temas que são relevantes para o Estado de São Paulo, para o País e para temas globais”, diz Santos. “Os coordenadores dos centros mostrarão o que é a excelência desses grupos em relação às suas temáticas, o que já foi
produzido e quais são as perspectivas de produção de mais conhecimento,
qualificação, capacitação, formação de pessoas e possibilidade de atuação em termos de extensão e cultura”, reforça o chefe de gabinete Arlindo Philippi Jr.
José Sebastião dos Santos - Foto: FMRP-USP
Ao todo, sete centros devem participar: o Centro de Estudos da Amazônia Sustentável, Centro de Estudos do Carbono em Agricultura Tropical, Centro de Estudos em Agricultura Tropical Sustentável, Centro de Estudos de Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquinas, Observatório das Instituições Brasileiras, Centro de Estudos Gases de Efeito Estufa e Centro de Estudos de Oncologia de Precisão.
Ecossistema de Inovação
Raúl Gonzalez Lima - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
“O objetivo do evento Ecossistema de Inovação, que será realizado em maio, é iniciar uma reflexão sobre os cuidados que todos devemos ter para aprimorar o Ecossistema de Inovação Paulista, garantindo que seja um organismo vivo, dinâmico e pujante. Vamos refletir sobre os cuidados que ajudariam a todos os atores deste ecossistema”, explica o professor Raúl Gonzalez Lima, pró-reitor adjunto de Inovação e professor da Escola Politécnica (Poli) da USP. Serão realizadas quatro mesas-redondas, a saber:
1) Ambiente Jurídico da Inovação no Estado de São Paulo: desafios;
2) Porque é baixo o número de doutores contratados por empresas do setor privado, comparativamente a outros países que apresentam bom desempenho associado à atividade de inovação;
3) Escritórios de Integridade na Pesquisa e Segurança Cibernética;
4) Modelos Teóricos de Ecossistemas de Inovação.
“O Ecossistema de Inovação da USP deve ampliar a visibilidade para a sociedade, desafio que vem sendo trabalhado de forma articulada com as grandes universidades do mundo e centros de inovação reconhecidos por entidades nacionais e internacionais”, lembra Arlindo Philippi Jr.
Dos Cepid aos Cepix
Os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão — mais conhecidos como Cepid
— são um programa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (Fapesp). A USP abriga diversos deles há muitos anos, cujo financiamento têm um prazo de vigência. “Os Cepid serão oficializados pelas unidades que os têm, e virarão Cepix – Centros de Pesquisa e Inovação Especial. São centros que permitem que as pesquisas de vanguarda ocorram com maior liberdade”, explica o professor Fernando Queiroz Cunha, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, e coordenador do terceiro evento, Cepix: novas fronteiras de pesquisa.
Fernando de Queiroz Cunha - Foto: IEA-USP
A criação dos Cepix visa manter os Cepid que estão prestes a alcançar o limite estabelecido pela Fapesp. Atualmente, a USP tem 11 Cepids com essas características, que, além de terem contribuído para avanços da pesquisa acadêmica na fronteira do conhecimento, foram responsáveis também por avanços importantes em outras áreas, como a formação de recursos humanos, a questão de transferência de tecnologia — inovação, convênios — e a difusão do conhecimento para a sociedade. No evento, cada Cepid apresentará os ganhos que teve e mostrará aonde pretende chegar como Cepix, além de mostrar quais serão as novas direções em que eles irão desenvolver seu trabalho após se transformarem.
Os caminhos para o futuro
Paulo Nussenzveig - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
O último evento, a ser realizado no início de julho, será Caminhos para o
Futuro da Ciência, coordenado pelo professor Paulo Nussenzveig, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da USP e professor do Instituto de Física, que explica o seu conteúdo: “A ideia geral é fazer uma celebração do reconhecimento e da força da Universidade, pois esta tem muitos nomes na lista de pesquisadores altamente reconhecidos internacionalmente. É preciso olhar para isso como uma conquista da Universidade e também como um degrau que alimenta as nossas perspectivas futuras”. A USP tem 244 pesquisadores no ranking dos cientistas mais influentes do mundo, nas respectivas áreas de atuação, publicado na Updated science-wide author databases of standardized citation indicators.
A série O Futuro da Ciência no Brasil tem como um dos principais objetivos responder à pergunta que perpassa todo o seu processo de elaboração: “A partir do momento que o conhecimento científico é gerado, qual é o ganho que
a sociedade tem com isso? Qual é a apropriação, feita por ela, que demonstra a contribuição significativa da Universidade na produção desse conhecimento, na formação de recursos humanos envolvidos com isso? Como essa contribuição chega, seja nos setores públicos, acadêmicos, privados ou na sociedade civil envolvida com esse conjunto de temas?”, resume o chefe de Gabinete, Arlindo Philippi Jr.
“Ao comemorar seus 90 anos, a Universidade de São Paulo objetiva, com os debates desses quatro eventos, reforçar e ressaltar a sua importância como polo científico e de inovação, bem como na formação qualificada de recursos humanos, para o desenvolvimento do Brasil”, declara o reitor, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
*Estagiária sob supervisão de Luiz Roberto Serrano
**Estagiário sob supervisão de Simone Gomes
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