Na periferia de São Paulo, número alto de mortes por covid-19 evidencia desigualdade

“Temos por volta de 54% da população fazendo quarentena na cidade de São Paulo, quando, no mínimo, deveria ser em torno de 70%”, destaca o colunista

 23/04/2020 - Publicado há 5 anos
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Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, comenta sobre as dificuldades de parte da população da cidade de São Paulo em aderir ao isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus.

Para Bonduki, “ainda é muito alto o número de pessoas que estão nas ruas de São Paulo”. Na opinião do especialista, é cedo para pensarmos em um plano de abertura em vista dos números recentes envolvendo a adesão ao isolamento. “Temos por volta de 54% da população fazendo quarentena na cidade de São Paulo, quando, no mínimo, deveria ser em torno de 70%”, reforça.

Além disso, o professor destaca que a população com baixa renda enfrenta muito mais dificuldades para seguir a política de isolamento. “Na periferia é onde está se verificando os números mais altos de morte nos últimos dias”, destaca ele. De acordo com dados levantados pelo El País Brasil, até o último sábado, 18 de abril, das 686 mortes, ocorridas na cidade, ao menos 51 foram no distrito de Brasilândia, na zona norte, e 48, no de Sapopemba, na zona sudeste, seguidos por São Mateus e Cidade Tiradentes, ambos na zona leste e com 36 óbitos, respectivamente.

Para o urbanista, parte da responsabilidade pela baixa adesão da população vem dos exemplos dados pela esfera política, especificamente, o governo federal, e pela desconfiança da população na ciência. “Nós, que somos da Universidade, que trabalhamos com pesquisas e desenvolvimento científico, temos que nos preocupar muito mais com isso”, pontua ele.

Ouça na íntegra no áudio acima.


Cotidiano na Metrópole
A coluna Cotidiano na Metrópole, com o professor Nabil Bonduki, vai ao ar quinzenalmente às quinta-feira às 9h00, na Rádio  USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção a Rádio USP,  Jornal da USP e  TV USP.

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