Nova máscara para tratar apneia do sono proporciona melhor conforto ao paciente

Bernardo Lemos fala sobre a máscara pressurizada que está sendo desenvolvida numa unidade da Escola Politécnica e que representa um avanço em relação às outras opções hoje existentes no mercado

 21/08/2024 - Publicado há 3 meses
Imagem de um casal deitado numa cama, sendo que a mulher está tapando os ouvidos, enquanto o marido dorme e ronca
Aproximadamente 32% da população na cidade de São Paulo sofre com distúrbios em graus diferentes e necessitam de uma máscara adequada para melhores condições de saúde – Foto: jcomp/Freepik
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Pesquisadores da USP desenvolvem máscara pressurizada que promete solucionar problemas do tratamento de apneia do sono. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), aproximadamente 32% da população na cidade de São Paulo sofre com distúrbios relacionados em graus diferentes e necessitam de uma máscara adequada para melhores condições de saúde. O novo projeto, visando a solucionar os problemas relacionados à questão, está sendo desenvolvido no Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), sediado na Escola Politécnica e patenteado pelos pesquisadores. Bernardo Lemos, doutorando no Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP e pesquisador do RCGI, fala sobre os principais pontos da pesquisa.

Bernardo Lemos – Foto: Linkedin

“Estamos desenvolvendo essa máscara há pelo menos dois anos. Nosso objetivo é evitar que o paciente sofra com os problemas das outras opções disponíveis no momento. As máscaras atuais funcionam só no nariz, então, em casos em que o paciente abre a boca para respirar, é possível que o funcionamento do dispositivo não seja o mais adequado. O que nós propomos é um equipamento oronasal, que utiliza duas câmaras com uma divisória e essa divisória não tem nenhuma válvula móvel, ou seja, um conforto melhor para o paciente e que exija menos manutenção, com menos proliferação de bactérias.”

Mecânica dos fluidos

O desenvolvimento da máscara teve como fundamento o conhecimento da mecânica dos fluidos. “A ideia é conhecida como o diodo fluídico, porque ela permite a passagem de ar em uma direção, mas ela bloqueia na outra. Ela é como se fosse uma válvula, só que sem partes móveis. Determinando número desses diodos fluídicos e pelo seu tamanho a gente consegue controlar exatamente essa vazão de ar e a diferença de pressão entre as duas câmeras, garantindo assim que no nariz do paciente a pressão seja maior do que a pressão na boca, evitando todos os problemas mencionados anteriormente”, explica.

Sobre a construção do equipamento, o professor comenta: “Pensamos em produzir com plástico, justamente para manter o custo baixo. A impressão 3D seria uma forma de alterar a quantidade e disposição desses diodos fluídicos. Como esses componentes têm um tamanho na casa dos milímetros, são bem pequenos, muitas vezes as máquinas usuais de injeção de plásticos podem não alcançar a escala de produção necessária. A impressão 3D resolveria esse problema, criando, através do nosso projeto, esses pequenos diodos fluídicos e se adaptando às necessidades de cada paciente. Por isso pensamos que a impressão 3D pode ser um método interessante”.


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