O jornal The Washington Post passa por uma série de mudanças, o que está colocando em xeque o próprio futuro da publicação. Nesta sua coluna, Carlos Eduardo Lins da Silva expõe o que pensa sobre o assunto. Ele destaca três aspectos que considera relevantes em relação a essas mudanças: o primeiro, que leva mais como uma curiosidade, é que a direção do Post passará a ser ocupada por três britânicos, recém-chegados das organizações do Murdoch, o que tem levado a especulações sobre a invasão britânica na mídia americana; o segundo tem a ver com Jeff Bezos, que tudo indica não estar querendo perder mais dinheiro com o The Washington Post – no ano passado, as perdas chegaram a US$ 77 milhões -; o terceiro ponto, este mais relevante, está ligado à nova estrutura da publicação, que passará a privilegiar três divisões jornalísticas, a mais significativa destas será enfocada na produção de notícias para as mídias sociais, jornalismo de serviço e curiosidades e coberturas de celebridades.
Para o colunista, a impressão que passa é a de que o The Washington Post pode ser, nesta sua terceira redação, “uma espécie de site de celebridades, site de fofocas, site de notícias curtas e, como ele (Bezos) mesmo disse, vai ser uma coisa muito concentrada em vídeo. Ele quer transformar o jornal num jornal que tenha muito vídeo, porque esse é o tipo de produto que os americanos, segundo ele, estão mais interessados em ter”. A conclusão não deixa de ser pessimista: “Por mais otimista que a gente queira ser, parece que lá nos Estados Unidos, como em outros países, a situação do jornalismo, do jeito que nós achamos que deve ser feito, continua sob sério risco”.
Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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