Um artigo publicado na revista Frontiers in Immunology mostrou que o MUC 22 pode ser o gene responsável por proteger idosos contra as formas graves de covid-19. A pesquisa, liderada por cientistas da USP e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), analisou a região dos genes responsáveis pela resposta imune, chamado de MHC (Complexo Principal de Histocompatibilidade, em português).
Desde o início da pandemia, os trabalhos do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP queriam explicar, entre outras coisas, por que alguns idosos eram resistentes à doença, enquanto jovens aparentemente saudáveis tiveram formas graves (e até letais) da infecção causada pelo sars-cov-2.
Um estudo, publicado em 2021, comparou casais discordantes, onde um deles foi infectado e o outro permaneceu assintomático, apesar de exposto e sem proteção. Uma das hipótese corroboradas pelos cientistas é que nas pessoas resistentes haveria uma ativação mais rápida das células Natural Killers (NK), que atuam na resposta imunológica.
No trabalho mais recente, os primeiros autores Mateus Vidigal, do CEGH-CEL, e Erick Castelli, professor da Unesp, compararam o genoma de 87 nonagenários e centenários, que tiveram as formas mais leves de covid-19, com 55 jovens que desenvolveram formas graves e letais da doença. Todas as amostras foram coletadas no início de 2020, antes das campanhas de vacinação.
O estudo foi feito em parceria com a Faculdade de Medicina (FM) da USP e os detalhes são relatados por Mayana Zatz, diretora do CEGH-CEL da USP.
Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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