Será que a sociedade contemporânea, cada vez mais digitalizada, precisa de uma filosofia especial? Talvez uma filosofia moral. Essa é a proposta do livro mais recente de um dos mais respeitados pesquisadores e críticos da internet e do próprio capitalismo, Christian Fuchs.
Ele introduz agora a proposta de um humanismo digital, que define com uma contribuição à filosofia moral da sociedade digital. Será que tem lugar para humanismo? Será que é possível impedir que as pessoas sejam consideradas máquinas e que as máquinas sejam consideradas pessoas, como é possível um pensamento crítico para entender as tecnologias digitais que cada vez mais conformam a sociedade, conformam a humanidade?
Aonde que essa digitalização vai nos levar? Essa sociedade digital, nos últimos anos, vem mostrando uma tendência crescente de domínio do autoritarismo, do nacionalismo, autoritarismo inclusive em discursos de ódio que estão circulando cada vez mais. O viés autoritário, muitas vezes, está implícito no algoritmo, as ideologia circulam pela internet, pelas mídias sociais e, nesse contexto, um ataque à ciência, à busca da verdade, a uma informação de qualidade.
Fake news, notícias falsas estão influenciando os resultados das eleições, dominando a política no dia a dia, já se fala até numa política pós-verdade, tudo isso é abordado nesse livro, que trata também de temas que incomodam muita gente: robôs, inteligência artificial, a arte maquinizada.
Como essa tecnologia nos coloca agora em metaverso, onde trabalho, consumo, lazer, tomada de decisões, saúde e educação, tudo fica condicionado a esses mecanismos automáticos e tomada de decisão que são, na verdade, robôs movidos por inteligência artificial.
Nesse contexto, também a vigilância digital está em toda parte, é câmera para todo o lado, usadas essas câmeras tanto pelos governos quanto pelas empresas que querem controlar cada vez mais a cabeça do próprio consumidor, a esfera pública então praticamente virou algo raquítico.