Demolição da arquibancada do Pacaembu sugere descaso com projeto tombado

“Estamos testemunhando uma rentabilização absoluta daquele espaço”, afirma o professor Nabil Bonduki, ao comentar novas obras após concessão do estádio do Pacaembu

 19/05/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 23/05/2022 as 8:29
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Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, retoma o questionamento sobre a concessão do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, mais conhecido por estádio do Pacaembu, na capital paulista.

De acordo com o professor, na última semana circularam fotos do que restou das arquibancadas do estádio do Pacaembu, que estão sendo parcialmente demolidas. “Vê-se que o objetivo da empresa, de acordo com o projeto que eles apresentaram, é simplesmente escavar toda a terra debaixo das arquibancadas para construir ali salões que vão ser rentabilizados para fazer aquele terreno render o máximo possível”, argumenta Bonduki.

Para o urbanista, em essência, o projeto original do estádio está “sendo demolido”. “Isso é muito grave e se soma àquilo que já aconteceu antes, a pavimentação do estádio para se fazer uma tenda para eventos que depois poderá ser eventualmente retirada”, lembra ele.

Embora o professor não seja contra às concessões, a situação atual envolvendo o estádio, que, além de ser um equipamento público, também é um patrimônio tombado, é “absurda”, afirma. “Estamos testemunhando uma rentabilização absoluta daquele espaço. Seja no antigo tobogã, onde vai ser construído um edifício que é praticamente um shopping center, seja a rentabilização do centro esportivo e agora então também rentabilizando o subsolo das arquibancadas e o próprio campo do Pacaembu. Isso não é correto, nós deveremos rediscutir essa concessão”, finaliza.


Cotidiano na Metrópole
A coluna Cotidiano na Metrópole, com o professor Nabil Bonduki, vai ao ar quinzenalmente às quinta-feira às 9h00, na Rádio  USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção a Rádio USP,  Jornal da USP e  TV USP.

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