Colunista aborda compra de caminhões de lixo para cidades com menos de 8 mil habitantes

Raquel Rolnik diz que foram comprados veículos compactadores de lixo superfaturados, os quais viraram moeda de troca de políticos em ano eleitoral

 26/05/2022 - Publicado há 2 anos
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O investimento público federal com coleta de lixo virou foco de despesas milionárias crescentes e fora do padrão nos últimos anos. Cidades com menos de 8 mil habitantes receberam até três veículos potentes em menos de um ano mesmo sem produzir resíduos suficientes para enchê-los. Esse número saltou de 85, em 2019, para 488, em 2021.

A coleta domiciliar ainda precisa avançar muito no Brasil. Segundo a pesquisa PNAD/IBGE, 20 milhões de brasileiros não contam com a coleta de lixo, mas outro ponto importante e preocupante é o destino desses detritos. O País ainda tem 3 mil lixões que não podem ser manejados com critérios técnicos, no caso em questão, os aterros sanitários. Apenas 2% do lixo que é produzido no Brasil é reciclado.

Existe uma política nacional de resíduos que havia se comprometido a acabar com os lixões até 2020 e foi postergada para 2021 e, nos pequenos municípios, para 2024. O que se vê é a política da moeda de troca.


Cidade para Todos
A coluna Cidade para Todos, com a professora Raquel Rolnik, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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