Em um editorial recente, o jornal O Estado de S. Paulo discute a postura da imprensa para a garantia do bom debate democrático, em especial diante das ações e ofensivas do presidente Jair Bolsonaro. Em sua coluna Horizontes do Jornalismo, o professor Carlos Eduardo Lins da Silva comenta o assunto em meio à proximidade das eleições.
“Há uma tendência de que o jornalismo tende a voltar àquilo que ele era em suas origens nos séculos 18 e 19: um jornalismo em que os veículos eram escritos com o objetivo principal de defender causas sociais ou políticas.” Segundo o professor, imprensa e redes sociais são personagens e armamentos de uma guerra cultural que levanta objeções contra a prática jornalística. Cânones como a busca da verdade factual e o direito de fala são questionados.
No editorial, o Estadão sugere a revisão dos manuais de redação e que alguns fatos sobre Bolsonaro não sejam noticiados. “Daí, para o jornal se transformar em um veículo partidário, é um passo muito curto”, questiona Lins da Silva. Por outro lado, o jornalismo enfrenta dificuldades diante de ataques e campanhas de desinformação. Segundo o professor, a melhor maneira de lidar com isso é exibir constante e factualmente que as palavras ditas são mentirosas. “É preciso chamar de mentira o que é mentira, é preciso chamar de engodo o que é engodo.” Para o professor, algumas declarações, que são amplamente divulgadas pela mídia, servem apenas para desviar o foco de outros assuntos mais importantes.
Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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