Com a queda nos índices vacinais no Brasil, doenças que estavam controladas até pouco tempo atrás voltaram a ser uma séria ameaça para as crianças. No USP Analisa desta semana, a professora universitária e apresentadora do podcast Escuta a Ciência!, Letícia Sarturi Pereira, fala sobre os riscos da poliomielite e a importância das vacinas contra ela.
Ela explica que o poliovírus, causador da doença, é transmitido pelas fezes e pela saliva da pessoa infectada. Ao entrar no corpo, ele se multiplica nos linfonodos (estruturas que funcionam como filtros para substâncias nocivas) e acabam atingindo o sangue.
“Essa primeira viremia, quando o vírus atinge o sangue, pode gerar uma certa quantidade de sintomas que a criança sente, mas a maior gravidade ocorre quando a doença não é contida, quando o vírus segue, continua se multiplicando e há uma viremia secundária. Ou seja, o vírus aumenta sua quantidade de cópias dentro do organismo e isso pode gerar, por exemplo, a infecção no sistema nervoso central. Esse vírus consegue então provocar lesões que acometem principalmente a parte motora, o que resulta na paralisia”, conta Letícia.
Segundo a professora, existem atualmente no País duas vacinas distribuídas gratuitamente no Sistema Único de Saúde: a injetável (VIP), aplicada nos primeiros meses de vida, e a oral (VOP), usada como reforço a partir dos 15 meses de idade. Ambas são feitas com a cepa vacinal do poliovírus, que é diferente do poliovírus selvagem.
“Nesse esquema vacinal, há uma imunidade conferida pela vacina de vírus injetável, que é muito segura porque é só o vírus morto, e depois é feito um reforço pela vacina oral. E esse reforço é importante, sim, para conferir uma imunidade nas mucosas gastrointestinal e oral, evitando a evolução da doença, porque aumenta o nível de anticorpos do tipo IgA, que previne a replicação do vírus caso a criança tenha contato com ele”, diz ela.
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USP Analisa
O USP Analisa Vai ao ar pela Rádio USP quinzenalmente às sextas-feiras, às 16h:45, e também está disponível nos principais agregadores de podcast. O programa é uma produção conjunta da Rádio USP Ribeirão Preto (107,9 MHz) e do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP. Apresentação e edição: Thaís Cardoso. Produção: João Henrique Rafael Junior.
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