Pílula Farmacêutica #60:Tratamento para calvície é efeito colateral de anti-hipertensivo

Vasodilatador, minoxidil melhora a circulação sanguínea e promove crescimento de pelos e cabelo, mas pode ter outros efeitos adversos

 09/03/2021 - Publicado há 3 anos
Pílula Farmacêutica - USP
Pílula Farmacêutica - USP
Pílula Farmacêutica #60:Tratamento para calvície é efeito colateral de anti-hipertensivo
/

Estética e beleza sempre chamam a atenção. E, com o mercado e as redes sociais apresentando novos produtos a cada dia, sobram dúvidas sobre eficiência e riscos à saúde. Neste Pílula Farmacêutica, vamos entender melhor como funciona o minoxidil para o tratamento da calvície.

O que é minoxidil? 

A acadêmica Kimberly Fuzel, orientada da professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, conta que o minoxidil é um medicamento originalmente lançado em 1979 para tratar hipertensão grave. Mas, como efeito colateral, hipertensos tratados pela droga “notaram uma reversão na calvície de padrão masculino” e 80% deles “apresentaram hipertricose, que é o crescimento de pelos perto das orelhas”.

O minoxidil é um vasodilatador que melhora a circulação sanguínea. Por esse motivo, segundo Kimberly, a substância “promove e prolonga a fase anágena, que é a fase de nascimento e crescimento de cabelo”, estimulando o crescimento capilar.

Como usar o minoxidil?

O minoxidil é encontrado em fórmulas com soluções entre 2% e 5%, “as mais indicadas para o tratamento capilar antiqueda”, informa a acadêmica. Além de tratar queda de cabelo, podem também preencher falhas na barba ou nas sobrancelhas.

Quais os efeitos colaterais do minoxidil?

Como qualquer medicamento, a droga oferece riscos de reações adversas. Na versão oral, por exemplo, pode causar náusea; alterações nos pelos faciais e corporais, tanto de homens quanto de mulheres; além de reações mais raras e sérias como “aumento da frequência cardíaca, dificuldade para respirar principalmente ao se deitar, dores no peito, braços ou ombros”, alerta Kimberly. O uso tópico pode causar coceira, irritação na pele e dermatite leve no couro cabeludo.

A própria hipertricose – surgimento de pelos na face e próximo das orelhas – é um evento adverso comum, inclusive nas mulheres. Além disso, foram relatadas pele seca, descamação do couro cabeludo e até aumento da queda de cabelo no início do tratamento. Kimberly diz que “a ação do medicamento” transfere a fase de repouso para a fase de crescimento; assim, “os cabelos velhos caem para os novos crescerem no lugar”. Esse período de queda, segundo a acadêmica, é temporário e dura em média de duas a seis semanas.

A orientação, portanto, é a mesma válida para outros medicamentos: seguir as indicações do fabricante e as recomendações do médico.


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.