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Para entender como a música produzida em São Paulo influenciou a cultura do funk no Brasil, o Momento Cidade desta semana entrevista Laíza Santana Oliveira. A historiadora é autora de uma dissertação de mestrado que teve como objetivo analisar o funk sob a perspectiva do gênero e da materialidade.
Defendido na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e orientado pela professora Vânia Carvalho, o estudo se baseou na análise de matérias e reportagens sobre a indústria do funk, além de letras, videoclipes e documentários produzidos pelos MCs desde a chegada do estilo musical no Estado de São Paulo, em 1995.
De acordo com Laíza, o funk paulista é peça fundamental para se entender uma das faces mais importantes do gênero: o funk ostentação. “Um subprefeito da época, o Renato Barreiros, tinha essa intenção de tornar o funk uma expressão artística legitimada pelo poder público e criou um festival de cultura. Mas, para participar, os MCs não poderiam cantar sobre temáticas que eram de certo modo malvistas pela sociedade, que se ligavam à criminalidade ou à exaltação sexual da mulher.” E, a partir disso, surgiram as letras de músicas que cantavam sobre objetos de valor, como os óculos Juliet, as bebidas importadas e as roupas de marca. Ainda de acordo com a historiadora, essas letras refletiram as mudanças econômicas da época, já que, durante a primeira década dos anos 2000, milhões de brasileiros tiveram a renda incrementada e, assim, acesso a um novo padrão de consumo.
A dissertação completa pode ser acessada neste link.
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Ficha técnica
Reportagem: Giovanna Stael
Produção: Denis Pacheco
Edição: Beatriz Juska e Guilherme Fiorentini