Uma pesquisa de mestrado desenvolvida na Faculdade de Direito (FD) da USP foi o tema do bate-papo desta quinta-feira (10) no podcast Os Novos Cientistas. A autora do estudo, a advogada Marianna Haug, é a autora do estudo intitulado Trabalho reprodutivo e forma jurídica: as novas conformações da mulher enquanto sujeito de direito no neoliberalismo. Sob a orientação do professor Flávio Roberto Batista, a pesquisadora buscou entender a relação entre forma jurídica e trabalho reprodutivo para analisar de que forma o direito garante a manutenção das desigualdades de gênero.
“Acho que o grande objetivo que eu queria entender ao longo do mestrado eram as diferenças dentro do trabalho doméstico. A mulher em seu trabalho no lar, doméstico, lava a própria louça, limpa a própria casa e prepara a comida, entre outras atividades. Porque isso não é visto como um trabalho a ser remunerado?”, questiona Mariana, destacando que, fora da família, aí sim, esse trabalho pode ser remunerado. “Então por que o direito organiza a partir da estrutura familiar? É uma lógica em que tudo que a gente faz dentro da família é considerado um trabalho para si e nunca é passível de ser remunerado, de ter um salário em torno disso”, observa a advogada.
Mariana contou que chegou a apresentar seu projeto de estudo à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Porém, disse que optou pela FD da USP. “Acabei preferindo ir pela faculdade direito porque eu senti que o meu projeto lá estava um pouco mais consolidado”, explicou. Ela também lembrou que o seu estudo resultou no livro Trabalho Reprodutivo e Forma Jurídica: como o direito permite a exploração das mulheres no capitalismo, publicado pela editora Lutas Anti Capital. “O livro foi lançado recentemente”, contou a advogada
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