De acordo com o professor do IGc, pesquisa revelou que ambas as formas de seca atuam de maneira sinérgica para aumentar significativamente a extensão e a gravidade dos incêndios na Amazônia. “A seca meteorológica, com sua rápida manifestação, pode desencadear condições favoráveis para o fogo”, aponta, “enquanto a seca hidrológica, ao reduzir a umidade do solo e da vegetação, cria um ambiente altamente inflamável”.
“É essencial implementar sistemas de alerta precoce baseados no monitoramento contínuo de águas subterrâneas, índices climáticos e indicadores de seca hidrológica e meteorológica”, recomenda Conicelli. “Ferramentas tecnológicas, como os satélites GRACE e TRMM, desempenham um papel crucial ao fornecer dados em tempo real, permitindo a previsão de eventos críticos, como secas prolongadas e aumento do risco de incêndios”.
“Além disso, a gestão sustentável da terra deve ser priorizada, com medidas para reduzir o desmatamento e promover práticas agrícolas que conservem o solo e a vegetação nativa”, sugere o professor. “Outro ponto relevante é a necessidade de investir em educação ambiental para sensibilizar as comunidades locais sobre os impactos das mudanças climáticas e engajá-las em práticas de conservação”.
O trabalho foi realizado por uma equipe interdisciplinar de pesquisadores, incluindo Naomi Toledo, Gabriel Moulatlet, Gabriel Gaona, Bryan Valencia, Ricardo Hirata e Bruno Conicelli, que assinam o artigo. As instituições participantes foram a Universidad Regional Amazónica Ikiam (Equador), a University of Arizona (EUA) e o Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas (CEPAS-USP), do IGc (Brasil).