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O podcast Ambiente é o Meio desta semana conversa com Giulliana Appel, doutora em ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e criadora da Morcegoteca, primeira biblioteca de ultrassons de morcegos do Brasil. Especialista em morcegos e bioacústica, a pesquisadora fala sobre a importância da espécie para o equilíbrio ambiental.
Em suas pesquisas, Giulliana estuda como a degradação e regeneração da Floresta Amazônica pode afetar negativamente os morcegos. Capturando os sons dos morcegos com gravadores instalados em florestas, a pesquisadora observou que florestas alteradas e fragmentos em regeneração “têm menor atividade de morcegos”, em comparação a florestas primárias.
Segundo Giulliana, o Brasil é “um dos países com a maior riqueza de morcegos”, com um total de 181 espécies. E apesar de estudar os morcegos insetívoros aéreos (morcegos que caçam insetos durante o voo), ressalta que “cada um tem a sua importância e função na natureza”.
Os morcegos insetívoros têm “uma grande importância no controle de pragas”, pois se alimentam de insetos que podem se alimentar de folhas em lavouras e também dos transmissores de doenças, “como o Anopheles, que transmite a malária, e o Culex, que transmite a zika”, adianta.
Os morcegos frutíferos, por outro lado, são grandes dispersores de sementes. Assim como os nectarívoros, que são polinizadores. No Brasil, existem 18 espécies deste tipo, “inclusive, na caatinga, há um cáctus que só uma espécie de morcego pode polinizar”, dependendo do morcego para se reproduzir. Ainda que muito raros, há também aqueles que se alimentam do sangue de pequenos animais, sendo apenas uma espécie que se alimenta de sangue de mamíferos, informa Giulliana.
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