Universidades públicas paulistas e IFSP lançam rede pela equidade e diversidade

A iniciativa surgiu da proposta de unir esforços para elaborar ações estratégicas, realizar pesquisas, melhorar diagnósticos e estruturar políticas afirmativas que possam servir de subsídio para o poder público

 09/03/2023 - Publicado há 1 ano     Atualizado: 14/03/2023 as 15:23
As dirigentes mulheres das instituições debateram experiências e ideias sobre as questões relativas a desigualdades – Foto: Antoninho Perri / Unicamp

 

Na manhã do dia 8 de março, a mesa-redonda “Gênero, Equidade e Diversidade” reuniu, no auditório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), dirigentes mulheres das universidades públicas localizadas no Estado de São Paulo e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) para debaterem experiências e ideias sobre questões relativas a desigualdades nos campi. Conduzido pela coordenadora geral e vice-reitora da Unicamp, Maria Luiza Moretti, o encontro marcou, ainda, o lançamento da Rede Equidade.

A iniciativa, que reúne USP, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Instituto Federal de São Paulo (IFSP), surgiu da proposta de unir esforços para elaborar ações estratégicas, realizar pesquisas, melhorar diagnósticos e estruturar políticas afirmativas que possam servir de subsídio também para o poder público e outras esferas da sociedade, não apenas para os campi.

O encontro contou com as participações da vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda; da pró-reitora de Inclusão e Pertencimento da USP, Ana Lúcia Duarte Lanna; da reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira; da reitora da Unifesp, Raiane Assumpção; da vice-reitora da Unesp, Maysa Furlan; da pró-reitora de assuntos comunitários e políticas afirmativas da UFABC, Claudia Vieira; da pró-reitora adjunta de assuntos estudantis da Unifesp, Luciana Alves; da diretora-geral do campus de Hortolândia do IFSP, Carolina Jango;  e da pró-reitora adjunta de pesquisa da UFSCar, Diana Junkes.

Apesar do avanço da escolarização feminina no Brasil, a equidade ainda não é uma realidade nas instituições: suas representantes são unânimes ao apontar a predominância de homens que se declaram brancos em cargos de direção e nas posições mais altas da docência.

Os exemplos são muitos. Com quase dois séculos de existência, a Faculdade de Direito da USP teve apenas uma diretora em sua história. Em toda a USP, apenas 30% das docentes mulheres chegam à etapa final da carreira. Por outro lado, na Unicamp, atualmente, 1.495 docentes se consideram brancos, 35 asiáticos, 91 pretos e pardos e um indígena. Quando se relaciona gênero e raça, vale ressaltar que, das 42 unidades do IFSP, somente uma é dirigida por uma mulher negra. Finalmente, na UFABC, segundo o censo de 2021, dos 15.700 alunos, 10 mil eram do sexo masculino.

Durante a mesa-redonda, as dirigentes das universidades e do IFSP puderam compartilhar iniciativas já em curso nas instituições onde atuam. Relataram ações para combater a violência de gênero e a pobreza menstrual dentro do campus; a realização de curso de formação sobre sexualidade para servidores e servidoras; a abertura de concursos de pesquisa na área de gênero; e diferentes estratégias para gerar oportunidades voltadas para mulheres, público LGBTQIA+, negros, pardos, indígenas e portadores de deficiência.

(Com informações da Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp)


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