Dando continuidade à série de entrevistas com os pró-reitores da Universidade, a Sala de Imprensa conversou com o novo de pró-reitor de Pós-Graduação, Carlos Gilberto Carlotti Junior
À frente da Pró-Reitoria de Pós-Graduação desde o dia 1º de março, o professor do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Carlos Gilberto Carlotti Junior, promete uma atuação pragmática e mais participativa para os próximos dois anos.
“A Pós-Graduação precisa estar sempre integrada às outras atividades-fim da Universidade. Por isso, pretendo fazer uma gestão participativa, bastante próxima das outras Pró-Reitorias. Temos que entender que um aluno da graduação vai se transformar em um aluno de pós-graduação, que esse estudante é também um pesquisador e que precisa saber interagir com a sociedade”, explica Carlotti.
Para o pró-reitor, o principal foco de sua gestão será o de trabalhar na qualidade: “o objetivo não é ampliar o número de programas de Pós-Graduação, mas sim elevar a qualidade deles. Para isso, vamos trabalhar em dois pontos: a avaliação dos programas e a preparação dos alunos. A Pró-Reitoria deve realizar, ainda neste ano, uma avaliação de todos os programas, identificando seus pontos fortes e fracos, estabelecendo metas e propondo mudanças para que aqueles avaliados pela Capes com notas 6 e 7 continuem com alto nível de excelência ou que, no caso de programas com notas abaixo de 6, atinjam esse patamar”.
Em relação à questão da formação geral dos alunos, Carlotti explica que a ideia é implantar ações para fortalecer conceitos que são imprescindíveis, independentemente da área de pesquisa. “Pretendemos estabelecer algumas disciplinas que envolvam todos os alunos, dadas por professores experientes, abordando temas como ética, plágio e redação científica, e utilizando mídias digitais que permitam ao aluno ter acesso ao conteúdo e interagir com os professores”.
O pró-reitor também destaca a internacionalização como importante ferramenta para elevar a qualidade da Pós-Graduação e enfatizou a necessidade de criar um ambiente internacional na Universidade, firmando convênios com outros países e estimulando a vinda de alunos estrangeiros e a dupla titulação.
Financiamento e normas da Pós-Graduação
Outro ponto importante para a Pró-Reitoria é a adequação à diminuição dos recursos de custeio advindos da Capes. Segundo o pró-reitor, houve um contingenciamento de 75% dos recursos disponíveis para o custeio dos programas. “Nesse cenário, precisamos otimizar o uso desse dinheiro, por exemplo, mudando processos, diminuindo o gasto com o deslocamento de professores para participar de reuniões, estimulando a participação de pessoas em bancas por meio de videoconferência e diminuindo os trâmites burocráticos para a transferência de recursos”, explica.
Carlotti também propõe a realização de um levantamento que identifique os pontos do regimento e das normas que estejam dificultando o desempenho dos programas: “a ideia não é fazer uma grande modificação regimental, porque isso foi feito recentemente, mas realizar ajustes e corrigir problemas que foram identificados como fatores complicadores, que limitam o bom funcionamento da Pós-Graduação na USP”.
(Foto: Ernani Coimbra)