Na última sexta-feira, dia 11 de agosto, foram revelados os vencedores da 14ª edição do Prêmio Octavio Frias de Oliveira do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Entre os premiados, estão o professor do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), João Agostinho Machado Neto, e a doutoranda em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina (FM), Keli Lima, que desenvolveram um estudo sobre uma molécula — a THZ-P1-2 — capaz de matar células leucêmicas.
Iniciativa do Grupo Folha e do Icesp, o prêmio leva o nome do jornalista, empresário e publisher do Grupo Folha, Octavio Frias de Oliveira, morto em 2007. A honraria foi criada em 2010 para reconhecer e promover a pesquisa científica realizada na área oncológica.
O prêmio tem duas categorias: Pesquisa em Oncologia e Inovação Tecnológica em Oncologia. A primeira é reservada a pesquisas que geram conhecimento sobre o câncer e suas possíveis formas de tratamento. A segunda é voltada a trabalhos originais publicados em revistas científicas ou patentes depositadas de 2021 a 2023 que apresentam um potencial produto ou processo inovador para diagnóstico do câncer ou seu tratamento. Além das pesquisas, também é premiada uma Personalidade de Destaque na área da oncologia.
A escolha dos vencedores é feita por uma comissão formada por cientistas e membros da sociedade comprometidos com a área de oncologia. Os premiados nas três categorias recebem, cada um, R$ 20 mil e um certificado.
A cerimônia de premiação ocorreu no auditório do Instituto e foi conduzida pela repórter especial da Folha de S. Paulo, Cláudia Collucci. Na ocasião, o professor da Faculdade de Medicina, José Eluf Neto, falecido em janeiro deste ano, foi homenageado postumamente. Eluf dedicou sua carreira acadêmica ao estudo da Epidemiologia e, sobretudo, às neoplasias — tumores que ocorrem devido ao crescimento anormal do número de células.
O presidente do Conselho Diretor do Icesp, William Nahas, cumprimentou as autoridades presentes e agradeceu ao Grupo Folha, “que, desde 2010, apoia e incentiva o cuidado com a saúde e a importância de cuidarmos da população mais carente do nosso Estado”.
“Foram 32 artigos inscritos para concorrer à edição de 2023 do prêmio. Isso demonstra a distinção inegável adquirida pelo prêmio e a qualidade dos finalistas reforça essa consolidação”, afirmou o diretor de Redação do jornal, Sérgio Dávila. “Além disso, vale notar que grande parte dos finalistas já se destacou em edições anteriores dessa premiação, o que atesta como a honraria impulsiona verdadeiramente a área da oncologia”, pontuou.
Estavam presentes à cerimônia o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior; o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Marco Antonio Zago; o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão; a diretora e o vice-diretor da Faculdade de Medicina, Eloísa Bonfá e Paulo Pêgo; entre outras autoridades.
Além dos pesquisadores da USP, mais duas pessoas foram premiadas: a pesquisadora Bruna Moretto Rodrigues e o ex-governador de São Paulo, José Serra. Bruna recebeu a premiação na categoria Inovação Tecnológica em Oncologia pelos resultados de um teste genético para diagnóstico de malignidade em nódulos de tireoide indeterminados — tecnologia que evita cirurgias desnecessárias desenvolvida pela startup Onkos Diagnósticos Moleculares. Já Serra foi homenageado na categoria Personalidade de Destaque pelos seus esforços antitabagistas que ajudaram a contribuir para a diminuição em 28% da probabilidade de óbito prematuro por câncer de pulmão no Brasil.
* Estagiária sob supervisão de Adriana Cruz