Evento aborda a construção do sistema educacional brasileiro desde o século 19

Projeto Educação em Fronteiras apresenta pesquisas da USP sobre práticas educacionais inovadoras e tradicionais

 Publicado: 24/05/2024     Atualizado: 27/05/2024 as 10:15
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Projeto trabalha com a produção de conhecimento sobre a história da educação no Brasil durante dois séculos – Imagem: Divulgação/FE-USP

A Faculdade de Educação (FE) da USP irá promover o evento Educação em fronteiras, entre os dias 27 e 28 de maio, das 14 às 17 horas. O seminário é um dos resultados do projeto temático da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp) Saberes e Práticas em Fronteiras: Por uma História Transnacional da Educação (1810-…). Em seu quinto ano de existência, o evento desenvolvido pelo projeto pretende abordar trabalhos acadêmicos desenvolvidos nos quatro eixos de pesquisa: arquivos digitais e bibliotecas; sujeitos e artefatos; inovação e tradição pedagógicas; e material didático para o ensino público e formação docente. Cada eixo é administrado por dois pesquisadores da FE.

O projeto é coordenado por Diana Vidal, professora titular em História da Educação na FE. “Este evento traz especialistas que vão falar sobre esses quatro eixos e as pesquisas desenvolvidas. O projeto abarca todo o século 19 e o século 20. Então, tem pesquisas que vão desde 1810 até intervenções que são feitas atualmente nas salas de aula”, explica a docente. 

O encontro será totalmente on-line e transmitido pelo canal da FE no YouTube. Para participar, é necessário se inscrever pelo link. O objetivo da organização é dialogar sobre a história da escolarização e pensar como as doutrinas pedagógicas foram apropriadas pelos professores e transformadas em conteúdos escolares. 

Diana Gonçalvez Vidal – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Diana explica que o projeto trabalha com a produção de conhecimento sobre a história da educação no Brasil durante dois séculos. “O projeto pensa a história da escola a partir de duas entradas fundamentais, o protagonismo dos sujeitos, professores e alunos, e a circulação internacional de ideias, já que a estruturação da escola no Brasil dialogava com as correntes que estavam acontecendo no mundo”, conta.

Atualmente, o grupo é formado por diversos pesquisadores associados e colaboradores. No primeiro dia do evento, irão participar os pesquisadores associados Bruno Bontempi Júnior, professor associado da FE, e Paula Vicentini, professora do Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada. A programação também contará com a presença de duas pesquisadoras principais, Carlota Boto, professora titular de Filosofia da Educação, e Vivian Batista da Silva, diretora da Escola de Aplicação.

“Tem pesquisas que vão abordar materiais escolares, leituras de formação, cultura material escolar. Então, por exemplo, como as carteiras foram implementadas nas escolas. Isso é entender como a materialidade da escola é produzida do século 19 ao século 20. E também pensar quais são os sujeitos que estão contribuindo para a circulação desses saberes. Como, por exemplo, professores que elaboraram manuais escolares e tiveram uma participação na construção de bibliotecas e museus escolares”, conta Diana.

No Brasil e no mundo

No segundo dia do evento, foram convidados professores de outras universidades, nacionais e internacionais, para comentar e debater os resultados das pesquisas apresentadas. A articulação com instituições internacionais evidencia a perspectiva transnacional do projeto. 

Os participantes são Antonio Gomes Ferreira, professor catedrático da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, em Portugal, Cesar Castro, professor titular da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e doutor em educação pela USP, Izabel Galvão, professora de ciências da educação na Universidade Paris 13, França, e Silvina Gvirtz, professora titular da Universidade de San Martin, Argentina, e doutora em educação. 

“A nossa expectativa é que eles possam comentar as pesquisas a partir do conhecimento que eles têm do que aconteceu nos seus próprios países, demonstrando que a construção do sistema público de educação se deu de forma singular em cada país”, afirma Diana.

Além das pesquisas acadêmicas, o grupo também realiza intervenções práticas, como clube de leitura em escolas públicas e a curadoria de documentos históricos de instituições de ensino. “A gente envolve os alunos e os professores na busca pelos documentos, organização do acervo e estruturação da história da escola, criando uma relação com a preservação da memória e a atuação cidadã, ou seja, aprender a guardar o passado como uma forma de acumular cultura e pensar o futuro”, comenta a professora responsável pelo projeto.

Mais informações: https://sites.usp.br/educacaoemfronteiras/

*Estagiária sob supervisão de Tabita Said e Antonio Carlos Quinto


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