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O Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP acaba de lançar uma série de podcasts sobre os arquivos pessoais da professora da USP Gilda de Mello e Souza (1919-2005) e do crítico literário e também professor da USP Antonio Candido (1918-2017), que ele preserva em sua sede na Cidade Universitária, em São Paulo. Com dez episódios, a série Especial Podcast expõe a vida acadêmica e profissional do casal através de documentos que compõem o acervo do IEB.
“Foi uma forma que nós encontramos de colaborar com a divulgação do trabalho realizado pelo IEB neste período de pandemia”, afirma a coordenadora do Projeto de Organização dos Arquivos de Antonio Candido e Gilda de Mello e Souza do IEB, a pesquisadora Laura Escorel, neta de Gilda e Candido. Ela conta que os arquivos começaram a ser abertos ao público neste segundo semestre e estão à disposição de pesquisadores. “Com os podcasts, queremos estimular estudos e pesquisas sobre esse material tão importante.”
Todos os integrantes da equipe que cuida dos arquivos de Gilda e Antonio Candido participaram da produção dos podcasts. “Cada um escolheu um assunto relacionado à sua atuação no projeto, sobre o qual gostaria de falar”, afirma Laura. O primeiro episódio, lançado no dia 20 passado, traz a própria coordenadora apresentando o projeto dos arquivos. O último podcast está previsto para ir ao ar nesta sexta-feira, dia 31. “A ordem foi determinada procurando iniciar e fechar a série falando sobre o processo de trabalho.”
Nos episódios da série, a equipe do IEB debate vários temas ligados aos dois professores da USP, desde os cadernos de Gilda – que foi chefe do Departamento de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP de 1969 a 1972 – até a troca de correspondência entre Candido e seus pais. “O objetivo é dar aos ouvintes uma ideia da natureza dos documentos disponíveis”, diz Laura. Através dos áudios – continua a pesquisadora – é possível ter uma ideia não só da importância de Gilda e Candido, mas também da época em que eles viveram, o que acontece, por exemplo, no episódio Antonio Candido e a Política.
Para Laura, o Brasil vive hoje um “momento conturbado”, em que faltam boas referências – daí a necessidade de manter viva a memória de pensadores como Gilda e Candido. Segundo ela, a importância do projeto do IEB está em fazer lembrar a trajetória de dois professores fundamentais na história da Universidade de São Paulo, que devem ser tomados como referências intelectuais. “Esperamos que ele incentive as pessoas a acessarem a base de dados do IEB e a visitarem a instituição, tão logo isso seja permitido pelas autoridades sanitárias.”