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A partir de segunda-feira, 4 de dezembro, o Cinema da USP (Cinusp) apresenta ao respeitável público a mostra Ria, Palhaço!, em parceria com o Circusp, núcleo interdisciplinar que realiza pesquisas circenses dentro e fora da USP. Esta já é a segunda colaboração entre as duas instituições, de acordo com Maria Carolina Gonçalves, uma das responsáveis pela programação da mostra. “Há alguns anos apresentamos a mostra O Circo Chegou junto com o Circusp, e agora quando nos unimos novamente para definir uma nova programação, percebemos que havia um grande número de filmes com a figura do palhaço da pré-seleção que fizemos, e pensamos que seria interessante fazer esse recorte”.
Assim surgiu a mostra Ria, Palhaço!, que traz 14 filmes retratando de maneira muito diversa a figura e a arte do palhaço, além de dois debates. “Nossa ideia central foi mostrar a separação do palhaço versus o artista que o interpreta, que tem seus problemas e sua vida pessoal mas deixa tudo isso de lado quando se torna o palhaço para fazer as pessoas rirem”, explica Maria Carolina. “Também buscamos filmes que não necessariamente tinham o palhaço como foco, mas que abordavam questões como o preconceito sofrido por artistas circenses, como é a sua vida, o seu trabalho”, completa.
Para discutir essas questões, foram selecionadas obras muito diferentes entre si, como a clássica animação Dumbo, da Disney, filmes de grandes diretores da história do cinema, como Noites de Circo, do sueco Ingmar Bergman, e A Estrada da Vida, do italiano Federico Fellini, o filme silencioso de 1928 Ridi, Pagliacci! e produções nacionais como O Palhaço, de Selton Mello.
Dois filmes terão suas exibições seguidas de debates, nos dias 6 e 12 de dezembro. O primeiro é o documentário nacional Se Essa Rua Fosse Minha, que será discutido por sua diretora e produtora, Júlia Piccolo Von Zeidler, e pelo artista circense Luiz Felipe, que interpreta o palhaço Pixuxu e é fundador da companhia Circo Bem Bolado, de São Bernardo do Campo. “Esse filme fala sobre artistas de rua e a relação deles com a arte, os preconceitos que sofrem, principalmente as mulheres”, resume Maria Carolina.
O outro debate será sobre o filme francês Chocolat, que conta a história de um dos primeiros palhaços negros da França. Para a discussão foram convidadas Cida Almeida, atriz, palhaça, professora e pesquisadora em Pedagogia das Máscaras; Mariá Guedes, atriz, palhaça e mestranda na Escola de Comunicações e Artes da USP; e Haroldo Firmino, artista, palhaço, professor e coordenador da Escola de Jovens Artistas dos Doutores da Alegria. “O tema desse debate será ‘Palhaço, Educação e Racismo”, refletindo sobre a figura do palhaço negro”, adianta a programadora.
Maria Carolina destaca ainda outras produções nacionais escolhidas para compor a mostra. “Vamos exibir Deserto, que é a estreia do ator Guilherme Weber como diretor e adapta a obra mexicana Santa Maria do Circo para a realidade do sertão da Paraíba, e o documentário Hotxuá, dirigido por Letícia Sabatella e Gringo Cardia. Essa é uma produção bem diferente, trata dessa figura sagrada chamada Hotxuá, que une a tribo dos índios Krahô, no Norte do Brasil, através do riso e da alegria.”
Essas e outras produções são exibidas pelo Cinusp na mostra Ria, Palhaço!, uma parceria com o coletivo Circusp que fica em cartaz de 4 a 20 de dezembro. As sessões são gratuitas e acontecem de segunda a sexta, às 16 e às 19 horas, no Cinusp Paulo Emílio, na Rua do Anfiteatro, 181, no Favo 4 das Colmeias, na Cidade Universitária. A programação completa, descrições das obras e os horários de cada exibição estão no site do Cinusp.
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