De acordo com a professora do IAG, a emissão difusa de raios gama é fundamental para os estudos cosmológicos sobre a origem da matéria escura do Universo. “Sabemos que ela só interage com a matéria visível através da força gravitacional, no entanto, partículas de matéria escura do tipo WIMPs (partículas massivas de interação fraca, na sigla em inglês) interagem entre si, e sua colisão e aniquilação resultam na produção de raios gama”, destaca. “Com os telescópios de raios gama, e em particular com o CTA, que será o maior e mais sensível jamais construído, poderemos investigar também a matéria escura através do sinal que ela pode produzir. Daí, separar a emissão da matéria visível no DGRB é fundamental. Isso é o que fizemos neste trabalho, determinar a contribuição vinda dos aglomerados de galáxias.”
Além da professora Elisabete de Gouveia Dal Pino e de Saqib Hussain, atualmente no Gran Sasso Science Institute, na Itália, a pesquisa teve a participação do pesquisador de pós-doutorado do IAG, Rafael Alves Batista, hoje na Universidad Autónoma de Madrid, na Espanha, e Klaus Dolag, da University Observatory Munich e do Max Planck Institute for Astrophysics, na Alemanha. O artigo sobre o estudo, The diffuse gamma-ray flux from clusters of galaxies, foi publicado na revista Nature Communications em 29 de abril. “O paper levou um ano para ser aceito, foi um longo e difícil processo, mas valeu a pena”, conclui a professora.
Mais informações: e-mail dalpino@iag.usp.br, com a professora Elisabete Maria de Gouveia Dal Pino