Além disso, Lotufo destaca o papel dos mergulhadores científicos no monitoramento de ecossistemas marinhos, particularmente diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
“Temos esse enorme desafio que é a exploração da Amazônia Azul, uma área gigantesca sob responsabilidade do Brasil. Como isso pode ser feito de forma sustentável e racional sem conhecer?”, questiona o especialista, ao lembrar que, em pleno século 21, “ainda há muito a ser descoberto e isso demanda recursos”. Para ele, é necessária uma abordagem mais estruturada e institucionalizada para o mergulho científico no Brasil, citando exemplos de programas bem estabelecidos em outros países, como nos Estados Unidos.
“Esperamos que a ferramenta de mergulho seja cada vez mais disseminada, principalmente no processo de formação dos pesquisadores e profissionais. Isso vai permitir que utilizemos essa ferramenta de uma forma mais ampla e conheçamos de forma muito mais abrangente o que acontece debaixo d’água”, elucida.
Por fim, o artigo prega sobre a importância do investimento nas especificidades das unidades que lidam com o estudo do mar, abordando desafios logísticos e financeiros enfrentados especialmente em um país com uma vasta costa como o Brasil. Com isso em vista, em uma provocação final, o professor questiona: “Como avançar para um futuro sustentável sem um bom conhecimento desse sistema, que é o grande regulador climático do planeta?”.
Mais informações: e-mail mlotufo@usp.br, com Tito Lotufo, professor do Instituto Oceanográfico (IO) da USP