“Série Energia”: Transição energética recebe injeção de R$ 540 bi do Novo PAC

O novo Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal coloca a transição e a segurança energética como eixos fundamentais

 29/09/2023 - Publicado há 10 meses
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Transição energética pode receber R$ 540 bi de investimentos do governo federal – Foto: Nicholas Doherty/Unsplash
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A transição energética é, sem dúvida, um dos pilares centrais das discussões globais contemporâneas. Em um mundo que enfrenta as adversidades das mudanças climáticas e busca incessantemente por desenvolvimento sustentável, a migração de fontes de energia fósseis para renováveis não é apenas desejável, mas essencial. Esta transição ultrapassa as fronteiras da sustentabilidade ambiental, abrangendo também dimensões econômicas, sociais e políticas. Os países que se adaptarem e liderarem essa transformação não só contribuirão para um ecossistema mais equilibrado, mas também se destacarão no cenário econômico mundial. De olho nessa perspectiva, o governo federal destina R$ 540 bilhões para estimular o setor.

Com sua vastidão territorial e abundância de recursos naturais, o Brasil está em uma posição privilegiada para liderar essa revolução energética porque é reconhecido globalmente por nossa matriz energética predominantemente renovável, impulsionada em grande parte pela capacidade hidrelétrica e pelo uso de biocombustíveis, como o etanol. Além disso, possui um potencial ainda inexplorado em fontes como energia solar e eólica. A diversidade geográfica do Brasil permite que diferentes regiões se especializem em distintas fontes de energia, enriquecendo ainda mais nossa matriz energética.

No entanto, esse potencial traz consigo desafios consideráveis. Investimentos significativos em infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento são cruciais. A transição energética vai além da mera substituição de fontes; é uma reestruturação de toda a cadeia produtiva, desde a geração até a distribuição e consumo. Há também o imperativo de garantir uma transição justa, assegurando que nenhuma parcela da população ou setor econômico seja negligenciado. A transição deve ser um vetor de desenvolvimento e equidade, promovendo a redução de desigualdades.

Nesse panorama, as recentes atualizações sobre o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), iniciativa do governo federal, são notavelmente promissoras ao colocar a transição e a segurança energética como eixos fundamentais, com um investimento previsto de R$ 540 bilhões. A estratégia busca harmonizar o crescimento econômico do Brasil com compromissos ambientais. Iniciativas como a implementação de um novo marco para o mercado de carbono e a emissão de títulos públicos verdes refletem a visão estratégica do governo federal em alinhar-se às tendências globais.

O Novo PAC também evidencia a sinergia entre diferentes setores governamentais e sociais. A colaboração entre Ministérios, como o da Fazenda e o do Meio Ambiente, sinaliza uma abordagem integrada e holística de desenvolvimento. A ênfase na qualidade de vida e inclusão social reforça que a transição energética é percebida não apenas como uma questão técnica, mas como um pilar de desenvolvimento nacional abrangente. É esperar para ver.

A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que coproduziu este episódio com Ferraz Júnior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.


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