Uma máxima no setor elétrico nos traz a noção de que primeiramente o setor busca a expansão, ou seja, proporcionar o acesso à eletricidade. Depois, há um aumento da dependência desse insumo com a aquisição de equipamentos elétricos para afazeres domésticos e para a produção de bens e serviços, por exemplo. Tudo isso leva, consequentemente, a um aumento das exigências dos consumidores em relação à qualidade da energia elétrica. Vale ressaltar que a cada dia o consumidor, de uma forma geral, busca melhor qualidade dos serviços e produtos, entre eles, a “qualidade da energia elétrica”.
Do ponto de vista da qualidade, o setor elétrico é analisado sob três aspectos. O primeiro é a qualidade do “atendimento” das distribuidoras, tendo esse um caráter mais comercial. Tem também a qualidade do “serviço”, que está mais ligada ao acesso e eventuais interrupções da rede elétrica. Por fim, a qualidade do “produto” eletricidade, que trata da conformidade da forma de onda da energia elétrica que chega ao consumidor, sendo que os últimos dois critérios são considerados mais técnicos, estão estabelecidos no Procedimento de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional, o Prodist, mais precisamente no seu Módulo 8, Qualidade do Fornecimento de Energia Elétrica.
A qualidade do serviço está relacionada ao fornecimento da energia elétrica, sendo os principais indicadores os relacionados a quanto tempo os consumidores ficam sem energia e qual a frequência dessas interrupções. Já a qualidade do produto faz referência aos fenômenos que afetam a onda de tensão fornecida aos clientes, sendo os efeitos mais comuns o aumento da tensão de fornecimento, que é a “sobretensão”, e a diminuição da tensão de fornecimento, ou seja, a “subtensão”, no popular, quando falamos que a “energia está fraca”.
De uma forma geral a qualidade da energia impacta não só na sua produção e no seu custo, mas na qualidade de vida das pessoas. A interrupção da energia afeta diretamente os processos, coloca em risco a vida das pessoas, seja nas vias públicas ou nos atendimentos de saúde, por exemplo, e provoca parada e até perda da produção.
Os problemas de qualidade da energia elétrica afetam também a vida útil dos equipamentos, fazendo com que eles durem menos do que esperado ou ainda que gastem mais energia elétrica para funcionar.
A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Murilo Miceno Frigo, discente de doutorado e professor do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul. A coprodução é de Ferraz Junior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.
