Muitos mercados tiveram de se adaptar durante a pandemia para evitar uma situação drástica diante a economia e o setor de construção civil passou por inovações que trouxeram frutos positivos. Entre essas inovações estão a digitalização do contrato de compra e venda, inclusive da assinatura, e a visita virtual ao imóvel, segundo Eduardo Castelo Branco, gestor executivo e comercial de uma construtora em Ribeirão Preto.
Mas nem tudo é comemorado no setor, pois para a pessoa física que quer vender um imóvel o momento ainda é incerto, como é o caso da advogada Jacqueline Oliveira, que tem um apartamento fechado para vender ou permutar por uma casa térrea, e deixar de pagar condomínio, e não está conseguindo, mas tem esperança de conseguir até o fim do ano.
Setor se beneficiou da queda na taxa de juros
O setor da construção civil cresceu 10,7% no ano passado, segundo o IBGE e, consequentemente, gerou empregos. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD), nos meses de maio, junho e julho de 2020 o número de pessoas empregadas no setor era de cerca de 5,3 milhões, já nos meses de agosto, setembro e outubro passou para 5,9 milhões de trabalhadores no setor.
O que explica esse crescimento, sobretudo no setor de vendas da construção civil, foi a queda na taxa de juros nos últimos anos, especialmente para os financiamentos, segundo o professor Sérgio Naruhiko Sakurai, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade em Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP. Mas o professor alerta os compradores para esse tipo de financiamento, com a situação instável da economia brasileira. “É preciso que as pessoas façam bons cálculos para averiguar a capacidade de pagamento, pois este tipo de financiamento é sempre a longo prazo.”