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As sutilezas do relacionamento entre mães e filhas e as particularidades desse vínculo em três realidades culturais são o foco do livro Mães e Filhas da França, Brasil e Magrebe, lançado no dia 20 de dezembro pela professora Valéria Barbieri da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. Publicado pela Editora Appris em formato impresso, e disponível para compra neste link, o livro investiga os relacionamentos a partir do pressuposto psicanalítico winnicottiano, incluindo o contexto de um país europeu, de um sulamericano e de um que fica na região noroeste da África.
A obra, fruto do encontro da autora com mães e filhas, apresenta uma perspectiva inovadora para a “compreensão da natureza cultural do desenvolvimento humano a partir da experiência emocional dos seus protagonistas”, além de um método de investigação original da maternidade “referente ao uso de instrumentos de avaliação psicológica como mediadores da comunicação para esse intuito”.
Já no primeiro capítulo do livro, sobre a família e o desenvolvimento emocional infantil, a autora traz a temática das experiências infantis junto à família, que são “essenciais para a constituição da personalidade do indivíduo”.
Realidades culturais diversas
Valéria afirma que as experiências emocionais entre mães e filhas variam temporal e geograficamente, “uma vez que as formas de vivenciar e exercer a parentalidade são transpassadas pelo momento histórico e pelo contexto socioeconômico e cultural de que a família faz parte”.
O livro aborda a maneira como a maternidade se desenrola na França, no Brasil e no Magrebe a partir da “experiência emocional da mulher em relação à sua filha e o modo como ela fornece um nicho para o desenvolvimento da menina”. Para tratar a temática nessas diferentes realidades culturais, a autora apresenta um contexto histórico da formação da identidade e da família francesa, no segundo capítulo; a experiência materna das mulheres francesas, no terceiro capítulo; o amadurecimento do self (si mesmo) das meninas francesas, no quarto capítulo; a geografia, história, incluindo a colonização francesa, a predominância religiosa do Islã e identidade dos povos do Magrebe, no quinto capítulo.
No sexto capítulo, a autora trata da experiência materna das mulheres magrebinas, incluindo a tônica da migração diante do contexto histórico da região; no sétimo, o amadurecimento do self das meninas magrebinas; e a história e a formação do povo brasileiro, incluindo a identidade e a família brasileira, no oitavo capítulo. Nos capítulos seguintes, o livro aborda a experiência materna das mulheres brasileiras, o desenvolvimento do self das meninas brasileiras, e as considerações finais sobre as mães e filhas da França, do Brasil e do Magrebe.
Apresentando os movimentos harmoniosos das duplas de mães e filhas no processo de amadurecimento, “cujos desafios, ansiedades e conquistas são vividos pela criança e pela mãe”, Valéria desvenda em detalhes as várias etapas do estágio da dependência relativa, descrevendo o percurso que mãe e filha realizam nesse período evolutivo, que “inicia com luto e nostalgia e termina com entusiasmo e esperança, considerando as suas especificidades segundo a origem da dupla”.
Por meio do mergulho no universo afetivo de mãe e filha, aborda também “a maneira como os valores culturais da realidade a que a mãe pertence são transmitidos para a filha, entremeados no seu relacionamento com ela, refletindo o processo pelo qual a criança vai se tornando pouco a pouco um ser cultural, bem como as complexidades nele envolvidas quando está em pauta o fenômeno da imigração”.
O livro Mães e Filhas da França, Brasil e Magrebe está disponível para compra neste link.
