Tratamento para câncer de mama agressivo reduz efeitos colaterais

Maria Del Pilar Estevez Diz explica que o medicamento é absorvido por célula tumoral, reduzindo efeitos colaterais

 05/09/2019 - Publicado há 5 anos
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O câncer é uma doença que assusta e preocupa por ter tratamentos intensos e com efeitos colaterais fortes, como a queda de cabelo, mas um novo tratamento quimioterápico chamado T-DM1 para o câncer de mama agressivo apresenta menos efeitos adversos e tem comprovação de eficácia, com redução de 50% do risco de recorrência e morte em pacientes. O Jornal da USP no Ar conversa com a doutora Maria Del Pilar Estevez Diz, chefe da Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), sobre o assunto.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 60 mil novos casos de tumores de mama são diagnosticados por ano no Brasil. O tipo HER2-positivo é uma forma particularmente agressiva da doença –  com alta taxa de proliferação, ele afeta entre 15% e 20% das mulheres. “Antes de haver um tratamento específico para esse grupo de pacientes, tínhamos uma taxa de mortalidade bastante elevada”, discorre a doutora Del Pilar, e avança: “Há mais de 10 anos foi desenvolvido um anticorpo monoclonal, chamado Trastuzumab, para o tratamento do HER-2”. Com isso, além do tratamento convencional – cirurgia, quimioterapia, radioterapia –, as pacientes começaram a receber o Trastuzumab, resultando em um aumento da expectativa de vida.

“O TDM-1 é a combinação do anticorpo monoclonal com um quimioterápico”, explica Del Pilar. O quimioterápico que compõe o TDM-1 é bastante tóxico, chegando ao ponto de ter seu uso abandonado. Mas, ao associá-lo com o anticorpo monoclonal, foi possível reduzir seus efeitos colaterais. “Esse combinado é rapidamente reconhecido pela célula tumoral, internalizado e liberado em seu interior”, explica a doutora. Assim, o tratamento é específico, com redução de efeitos colaterais, já que a toxina não fica circulando livremente na corrente sanguínea da paciente.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou o uso do TDM-1 em pacientes com câncer HER2-positivo, em estágio inicial, que apresentam doença residual invasiva depois de terapia prévia à cirurgia. Antes, o medicamento era exclusivo para paciente em estado de metástase.


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