Instituto do Câncer da USP atende cerca de 47 mil pacientes

A instituição é destaque de ensino, pesquisa, assistência e inovação, afirma Ivan Cecconello, presidente do Icesp

 26/09/2019 - Publicado há 5 anos
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Dando sequência à série especial sobre a contribuição da Medicina USP para a sociedade, o Jornal da USP no Ar conta a história de 11 anos do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, maior e mais importante centro de atendimento médico e hospitalar da América Latina. A unidade inicialmente foi projetada para abrigar um centro médico dedicado à saúde da mulher.

Com o aumento da incidência dos casos de câncer no Brasil, a exemplo do que ocorre em todo o mundo, o governo do Estado transformou-o em uma unidade voltada exclusivamente à oncologia. Atualmente, também é parte importante na capacitação de profissionais na área da Saúde, relacionados à Oncologia. “O instituto abriu um caminho onde tinha deficiências de atendimento e se tornou uma grande oportunidade de ensino, pesquisa, assistência e inovação tecnológica”, afirma Ivan Cecconello, professor  e diretor do Departamento de Cirurgia do Aparelho Digestivo e Coloproctologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e presidente do conselho diretor do Icesp.

Cecconello calcula que, atualmente, existem de 47 mil a 50 mil doentes em atendimento no Instituto do Câncer. Esse atendimento envolve internação em quase 500 leitos, atendimento laboratorial, exames, segmento após o tratamento (sendo que a alta acontece geralmente depois de cinco anos sem a doença). De acordo com o professor, são admitidos cerca de 900 doentes por mês, que já vêm com o diagnóstico pronto e são referenciados para tratamento (que precisa acontecer em até 60 dias). “Como resultado, são 220 mil consultas médicas por ano, cerca de 1.700 cirurgias a cada dois meses, o que dá quase 10 mil por ano. Além disso, são mais de 2 milhões de exames laboratoriais por ano, em todas as áreas.”

O presidente do Icesp também reconhece a instituição como grande aquisição para a população por atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). “Isso existe em todo o Hospital das Clínicas, incluindo o Instituto do Câncer. Existem indicações feitas por todo o Estado de São Paulo, de vários locais. Mas há pacientes de outros Estados, muitos também vêm para cá porque têm algum familiar que mora em São Paulo”, complementa.

Quanto à capacitação de profissionais, “nós somos um hospital muito ligado para a formação de gente para outros hospitais”.  Cerca de 2 mil residentes, a maioria, bem como profissionais de outras áreas, a exemplo de enfermagem e epistemologia da informação, passam pelo instituto. “À medida que entram pessoas para trabalhar e são treinadas, muitas são absorvidas pelo mercado, para outras instituições”, explica Cecconello, que aponta a necessidade de um ensino interno continuado para manter a equipe, já que esta é sempre renovada.

“O principal desafio é, e sempre será, a manutenção dos recursos econômicos. Isso não é uma questão simples, principalmente na situação momentânea que o País passa”, afirma o presidente do Icesp. Mesmo assim, enfatiza que há uma luta para manter a qualidade, que tem a aprovação de mais de 95% dos pacientes atendidos. Para isso, “o foco de pesquisa é sempre presente na instituição, não existe nenhuma área que não esteja desenvolvendo uma”. Ele comenta que há desde pesquisa oncológica e biológica, em torno de genética, até uso de novos medicamentos e na área de cirurgia, inclusive com robótica.

 


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