O consumo de cigarros e outros derivados custam ao Brasil R$ 56,9 bilhões por ano. É o que revela o estudo inédito Carga de Doenças e Custos Econômicos Atribuíveis ao Uso do Tabagismo no Brasil, elaborado pelo Ministério da Saúde com o Instituto Nacional de Câncer e divulgado recentemente.
Desse total, R$ 39,4 bilhões são de custos médicos diretos. Outros R$ 17,5 bilhões são provenientes dos custos indiretos, como morte prematura ou incapacitação para o trabalho.
Outro dado que o estudo revela: a arrecadação total de impostos da União e dos Estados com a venda de cigarros no País é de R$ 12,9 bilhões. Quando se subtrai o volume de impostos dos custos do tabagismo, sobra um saldo negativo de R$ 44 bilhões.
O professor Ricardo Gorayeb, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, é especialista em estudos sobre o tabagismo. Lançou livros a respeito e, apesar da familiaridade com o tema, se diz chocado com os números.
Para ele, esses dados revelam a ineficiência das políticas públicas de combate ao tabagismo. Ele defende ação direta na educação das crianças para conscientização precoce.
O estudo revela que as doenças relacionadas ao tabaco que mais oneraram o sistema público e o privado de saúde em todo o País foram a pulmonar obstrutiva crônica, como enfisema e asma, doenças cardíacas e cânceres diversos.
O estudo revela também que, em 2015, 156.216 pessoas morreram no Brasil em decorrência do tabaco.