Os recursos marinhos renováveis e o rumo da sustentabilidade socioeconômica costeira no Brasil são o tema deste Especial Oceano. Ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Frederico Brandini, professor do Departamento de Oceanografia Biológica do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, comenta a diversidade desses recursos.
Brandini cita recursos não-vivos como ondas, marés e ventos, mas destaca os recursos vivos, principalmente a pesca. “Porém, existe um problema, ela é renovável até certo ponto”, afirma.
O aumento da demanda de proteína marinha e o desenvolvimento das tecnologias de pesca causam impactos muito grandes. “Para se ter uma ideia, o que nós extraímos dos oceanos em termos de pesca são mais ou menos 44 estádios do Morumbi cheios de peixe até o topo, que são cerca de 100 milhões de toneladas”, ilustra o professor. A sobrepesca impossibilita que esses ecossistemas consigam se recuperar.
No Brasil, não existem estatísticas em escala nacional sobre pesca. A falta de dados dificulta a formulação de estratégias para o manejo pesqueiro. Existem normas de proteção aos períodos de defeso, entretanto, na avaliação de Brandini, muitas vezes elas não são obedecidas.
De acordo com o professor, o mercado de biotecnologia e sustentabilidade costeira já é conhecido. “O que precisa ser feito é incentivar parcerias público-privadas e o empreendedorismo”, afirma. Dessa forma, as empresas podem utilizar informações e pesquisas para produzir em escala comercial, respeitando o potencial de produção finito dos ecossistemas.
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