![](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2022/12/20221206_sus.jpg)
Com a pandemia, houve aumento no número de represamento de cirurgias. O problema, que já existia, ficou evidente com a covid, com mais leitos sendo destinados ao tratamento da doença. De acordo com os secretários do Governo de Transição, são aproximadamente 11,6 milhões de operações a serem feitas.
![](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2022/12/20221206_Marilia-Cristina-Prado-Louvison-300x300.png)
Com a necessidade da volta do ritmo de atendimento em saúde pública, que está longe de ser normalizado, a pandemia se torna um dos principais pontos de atenção. Outros pontos também não podem ser deixados de lado, como a necessidade da recomposição do SUS, colocada pela professora Marília Cristina Louvison, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, que também salienta: “A pandemia ainda não acabou e, infelizmente, ainda vivemos os efeitos dela”.
O Sistema Único de Saúde necessita de recursos. Com a chegada da pandemia, alguns recursos foram realocados dentro da dinâmica para atender pacientes com covid, e foram retirados após a “fase aguda” da pandemia. Agora, com o surgimento de novas demandas, que refletem os impactos da doença na saúde mental, as próximas ondas e o andamento da vacinação contra o coronavírus, o SUS se encontra mais sobrecarregado em áreas mais distintas. Na opinião da professora, só acabou indicando a importância da reestruturação do sistema.
Outros serviços
Não somente as cirurgias eletivas estão em entrave, como exames e procedimentos simples também se encontram represados. Aqui, o principal ponto que determina os serviços que serão prestados, e para quem, é a urgência. “A gente tem filas de cirurgias eletivas mais gerais, desde as infantis, como a cirurgia de remoção da pedra na vesícula”, complementa a professora.
O fator urgência pode variar dentro do próprio quadro clínico de cada caso. Por exemplo, às vezes, um exame de rotina pode detectar algo fora do comum, tornando um diagnóstico simples em algo de atenção ou de risco. A professora destaca a questão do câncer de mama, que possui uma complexidade maior, ao ocasionar o agravamento da doença, caso não haja o tratamento adequado. A mamografia é a responsável pela detecção desse tipo de câncer, sendo que 1 milhão desses exames deixou de ser feito no período que compreende a pandemia.
Possíveis soluções
É preciso reorganizar o SUS, para que a gente possa, no cotidiano, ter possibilidades de conseguir realizar procedimentos em um tempo “razoável”. As alternativas defendidas por Marília consistem na extinção do congelamento do teto de gastos sociais, a fim de recompor o orçamento do sistema. Ela explica: “É uma das questões mais importantes que a gente vem indicando”.
Na opinião dela, seria necessário “construir um sistema de regulação”, nos moldes das necessidades e demandas pela oferta possível do SUS, que ainda precisa de mais investimento, com a criação de protocolos de risco, que avaliam caso a caso os diferentes procedimentos. Um aliado seria também a criação de novos meios de consultar pacientes, como a telemedicina.
Jornal da USP no Ar
Jornal da USP no Ar no ar veiculado pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h, 16h40 e às 18h. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular.