O Projeto Jovem Doutor possui uma grande atuação no município de Santos, litoral sul de São Paulo, e este ano completa quatro anos de ação com o recebimento de vários prêmios. O projeto visa à ampliação da prática dos alunos de graduação em saúde, proporcionando ajuda à comunidade nas escolas de ensino médio. É uma atividade vinculada ao Aprender na Comunidade, da Pró-Reitoria de Graduação da USP, que incentiva projetos dentro e fora da Universidade.
O professor Chao Lung Wen, chefe da disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e coordenador do Programa USP e as Profissões da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, fala sobre o crescimento do Projeto Jovem Doutor e a prestação de serviços que propõe para a comunidade.
O projeto atua ensinando sobre as diversas áreas da saúde de uma forma lúdica e incentivando a capacidade de raciocínio dos alunos tutorados por estudantes de ensino superior. O professor comenta que o projeto utiliza o princípio de “educação híbrida”, onde o conhecimento central é disponibilizado por meio de uma plataforma educacional. No Jovem Doutor, é utilizada a plataforma Inovalab, que usa a computação gráfica do projeto Homem Virtual para explicação didática sobre o corpo humano, além da disponibilização de arquivos para a produção de estruturas do corpo humano em impressora 3D.
“O modelo de Santos é ótimo para mostrar como a Universidade consegue colaborar com uma comunidade para aprimorar o aprendizado na educação básica, incorporando recursos tecnológicos que de outra forma ela nunca teria.”
A partir do formato que o projeto adota, uma professora que defendeu seu mestrado sobre o Jovem Doutor foi convidada para apresentar a experiência de trabalho com a comunidade em uma universidade da Polônia, que se interessou e resolveu firmar uma parceria com o projeto para implementar o modelo nas faculdades de medicina.
O professor comenta que, no último semestre, foi adotada como pauta de ensino a saúde mental dos jovens e adolescentes em relação às redes sociais e smartphones, desenvolvendo também a questão sobre bullying e cyberbullying e incorporando o aprendizado sobre neurociência para entender o funcionamento do cérebro no dia a dia, além elevar o respeito e a tolerância entre os jovens. O trabalho com a maturidade emocional vinculado ao conhecimento de saúde e à pesquisa é chamado de “aprendizado criativo”.
Os temas trabalhados estão ligados à relevância para o município e a importância da discussão entre os jovens. “A educação tem que estar sempre atenta à realidade social e procurar proporcionar uma reflexão na formação do aluno.” Chao Lung Wen destaca que essa contribuição da Universidade para a comunidade externa deve ser incentivada em outros cursos de graduação, fazendo com que a produção acadêmica seja levada para fora dos muros.
Os professores que possuírem interesse em ajudar na formação de um grupo de pesquisa e inovação em educação criativa podem entrar em contato acessando o site do projeto.
Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93,7, em Ribeirão Preto FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular. Você pode ouvir a entrevista completa no player acima.