Numa conferência de imprensa, o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini – aquele que recusou o desembarque de mais de 600 refugiados do navio Aquarius -, referindo-se a suas futuras medidas relativas aos imigrantes, disse que só vai permitir a entrada daqueles imigrantes que vierem de avião, preferencialmente de primeira classe. Nada de barcos ou navios. Salvini disse não suportar mais mulheres e crianças em precários “barquinhos infláveis”. Para a professora Marília Fiorillo, tal declaração é muito esclarecedora sobre a mentalidade da nova extrema direita.
Mas Salvini não parou por aí. Acusou as organizações não governamentais de encrenqueiros em acordo com traficantes de pessoas que operam, sobretudo, na costa líbia. E prometeu acelerar a deportação de imigrantes, poupando, porém, crianças e grávidas. Como se não bastasse, afirmou que sua prioridade é acabar com o embargo de armas para a Líbia, introduzido em 2011.
“A Líbia não tem autoridade, vive uma situação de absoluto desgoverno, total anomia e guerra civil, com pelo menos quatro grupos políticos que se reivindicam como legítima autoridade”, afirma Marília. “A qual desses grupos Salvini quer fornecer armas?” Ouça a coluna Conflito e Diálogos, em sua íntegra, clicando no player acima.