O estudo de farmacovigilância é importante porque ocorre após o lançamento e inclusão do produto na rotina - Foto: Flickr/UFC

HC monitora ação da CoronaVac em crianças e adolescentes

Para a professora Marta Heloísa Lopes, o estudo de farmacovigilância é importante por acompanhar na prática o resultado da vacinação

 26/04/2022 - Publicado há 2 anos

Por:

Arte: Guilherme Castro/Jornal da USP

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O Hospital das Clínicas está realizando um estudo que avalia as reações adversas da CoronaVac em crianças e adolescentes após receberem a primeira dose da vacina. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª edição, Marta Heloísa Lopes, professora do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP e responsável pelo Centro de Imunizações do Hospital das Clínicas, fala sobre as pesquisas.

Segundo Marta, o estudo de farmacovigilância é importante porque ocorre após o lançamento e inclusão do produto na rotina. “É acompanhar o que acontece de fato, na realidade, e não aquilo que aconteceu só nos estudos prévios, que eram com populações selecionadas. No ano passado, nós já participamos de um estudo de farmacovigilância em adultos e agora, neste ano de 2022, uma vez que foi liberada a vacinação para crianças e adolescentes, com a vacina CoronaVac, nós estamos participando mais uma vez do estudo de farmacovigilância para essa população”, relata.

Não há diferenças para com os participantes e basta o consentimento dos responsáveis para que eles sejam incluídos. A professora informa que, “se eles não quiserem participar do estudo, vão tomar a mesma vacina. O que é o estudo? Depois que eles tomam a vacina, são observados imediatamente durante 30 minutos para ver se vai haver alguma reação imediata e posteriormente são acompanhados através de telefonemas, que a gente dispõe de uma linha especial.”

Acompanhamento é fundamental

O acompanhamento é imprescindível. “Tudo que acontecer com a criança nos próximos dias, nos próximos meses após a vacina, os pais vão nos relatar, ou às vezes o próprio adolescente, a própria criança maior, isso posteriormente vai ser analisado se está ou não relacionado à vacina. É para eles contarem tudo que está acontecendo, para que a gente possa imaginar e possa ter uma uma ideia precisa dos eventos adversos que eventualmente possam ocorrer com a vacina”, comenta Marta.

De acordo com a professora, esse estudo tenta mostrar um outro aspecto: “Além da eficácia, além da importância da vacinação das crianças para proteção própria delas e para proteção dos outros que estão no entorno, a vacina é segura. Frequentemente as pessoas dizem ‘mas essa vacina é uma vacina nova, essa vacina é segura para crianças?’ Esse estudo está demonstrando e vai demonstrar mais uma vez a segurança das vacinas.”

Os números relacionados à vacinação de crianças e adolescentes estão abaixo do esperado. Para Marta, “isso é reflexo de tudo que se fala, dessas notícias que nem sempre correspondem à realidade a respeito da eficácia da vacina. As crianças são vacinadas para um grande número de doenças e nós temos, na prática, o sucesso de várias vacinas que eliminaram muitas doenças do nosso meio. Agora nós temos uma doença grave, potencialmente fatal e que se espalhou pelo mundo inteiro. Estamos em uma pandemia, o fato de nós termos vacina, termos vacinas eficazes e seguras infelizmente não está despertando a necessidade de adesão a essas vacinas e isso tem nos preocupado.”

Professora Marta Heloísa Lopes - Foto: Reprodução/FM-USP

Professora Marta Heloísa Lopes - Foto: FM-USP


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