O desenvolvimento de jogos pode ser um modo de estimular diversas áreas do conhecimento, não só relacionadas à tecnologia ou elaboração de softwares, mas artísticas (design) e de linguagens (áudio, vídeo, narração). A rede Games For Change América Latina foi criada pensando nisso.
Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o professor Gilson Schwartz, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, presidente da Games for Change América Latina, criador do Grupo de Pesquisa Cidade do Conhecimento, no IEA, e colunista da Rádio USP, explica que o objetivo da iniciativa é criar jogos não só para o consumo e entretenimento, mas para “atacar algum problema social, ambiental, de saúde. Então, cada vez mais se fala que o jogo é uma atitude lúdica, crítica, faz parte de um comportamento transformador”.
Criar jogos e aprendizado
Para o professor, com a pandemia, houve um atraso pedagógico e as crianças e os adolescentes tiveram seu aprendizado prejudicado. O desenvolvimento de jogos seria um modo de recuperar o tempo perdido. “Criar um jogo é isso: faz o tempo passar rápido e, nesse tempo, você aprende mais” e se diverte também.
Schwartz destaca que estamos ingressando em uma etapa na educação que, inclusive, muda a própria visão da escola sobre o currículo. “Estamos falando de linguagens, de abrir para trilhas de conhecimento e o jogo, principalmente o jogo on-line, é um objeto curioso, porque ele tem tecnologia, mas ele tem narrativa.” Ele tem software, mas ele também tem um visual e tem áudio. “Então, é um objeto complexo, que combina várias linguagens”, ressalta.
Nesse processo de jogar, criar e aprender, o professor afirma que “é como se cada criança, cada estudante, tivesse a oportunidade de refazer uma experiência de descoberta” e, quando se descobre as coisas, “isso fica na memória”, o que realmente vai despertar vocações.
Ciclo de Seminários Jogos Online, Infância e Adolescência (JOIA 2022)
A rede Games For Change América Latina realizará o Ciclo de Seminários JOIA Jogos Online, Infância e Adolescência para profissionais, educadores, criadores de jogos, estudantes, famílias e gestores, em encontro que prevê um ciclo inédito de palestras e a participação em grupos de estudo, comunidades de prática e mentorias colaborativas. Para saber mais, clique aqui.
Jornal da USP no Ar
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