Em sua primeira coluna deste ano, o professor José Eli da Veiga chama a atenção para um artigo de sua autoria veiculado no jornal Valor Econômico, em 11 de janeiro, com o título “Governo de sete faces”. O texto analisa o governo Bolsonaro com base num mapeamento das forças que o compõem, feito anteriormente pelo cientista político Fernando Abrucio. Há sete grupos que terão influência no governo: o grupo conhecido pela sigla BBB (bancadas da bala, da Bíblia e do boi); o dos filhos do presidente; o grupo do ministro Paulo Guedes; o do ministro Sérgio Moro; o do vice-presidente Hamilton Mourão; o de Onyx Lorenzoni; e o do PSL.
Há uma tendência de que esses grupos se dividam em dois blocos que poderão se enfrentar. De um lado, as BBB, os filhos do presidente e o PSL, que, segundo Eli da Veiga, “formam um grupo claramente reacionário, fundamentalista e fanático”. De outro lado, Moro, Mourão e Guedes. “Não podemos caracterizá-los como um grupo liberal, mas é relativamente progressista, pois promete a retomada do desenvolvimento”. Para o colunista, o futuro da sustentabilidade dependerá da evolução que terá essa dinâmica no enfrentamento dos dois blocos. Além disso, segundo Eli da Veiga, não há como supor qual será a atitude do presidente quando ele tiver de entrar “numa bola dividida”.