Ao pensar as atribuições de médicos especialistas em cabeça e pescoço é comum que se façam confusões. A área não trata, por exemplo, acometimentos cerebrais; no entanto, pacientes com queixas de cefaleia costumam procurar esses profissionais para resolver seus problemas, segundo conta Flavio Hojaij, professor da Faculdade de Medicina da USP e secretário da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
O doutor esclarece que o foco da especialidade são os tumores benignos e malignos do segmento da cabeça e do pescoço, parte complexa do corpo humano por concentrar grande quantidade de nervos. Ele conta, ainda, que o “carro-chefe” são as doenças da glândula tireoide, de grande prevalência na população. Outros exemplos de atuação são tratamentos de tumores do couro cabeludo, glândulas salivares, boca e garganta.
Assim, a especialidade está em constante contato com diversas outras áreas da medicina, como endocrinologia e dermatologia, e até com outras profissões, como a odontologia. O doutor diz haver um esforço para que o diálogo entre médicos e dentistas seja cada vez mais frequente, e que esses últimos desenvolvam capacidade de identificar sinais que sugiram a presença de cânceres, para posteriormente encaminhar o paciente para os peritos naquele assunto.
Flavio Hojaij comenta que, quando descobertos já em estágios avançados, tumores de cabeça e pescoço têm potencial bastante devastador. Os tratamentos comprometem a qualidade de vida dos pacientes, com acometimentos estéticos e funcionais, levando até à perda do convívio em sociedade. O doutor reforça, assim, a necessidade de procurar o médico já aos primeiros sinais e sintomas, além de evitar exposições a fatores de potenciais cancerígenos conhecidos, como são o cigarro e o sol.
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