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Na última terça-feira (30), o Ministério da Saúde atualizou os dados sobre a febre amarela no País. Desde o dia 23, quando foi apresentado o último balanço, foram mais 83 casos de febre amarela, com 28 óbitos. No geral, entre os dias 1º de julho de 2017 e 30 de janeiro de 2018, os casos de febre amarela somaram 213, com um total de 81 mortes. Ainda de acordo com o órgão, 1.080 casos suspeitos foram analisados – 432 foram descartados e 435 continuam em investigação. São dados, portanto, que assustam e preocupam toda a população.
Nesta edição do programa Diálogos na USP, o professor Marcos Boulos, médico infectologista da Faculdade de Medicina da USP e coordenador de Controle de Doenças da Secretaria Estadual da Saúde, e Paulo Saldiva, médico patologista, professor da Faculdade de Medicina da USP e diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), discutem sobre a febre amarela.
Segundo Marcos Boulos, ao contrário do que muitos vêm pensando, a febre urbana continua erradicada, entretanto, a febre silvestre – que mantém o ciclo com macacos – permanece. Já Paulo Saldiva, que também é colunista da Rádio USP, acrescenta um dado preocupante, o de que o mosquito vetor da febre está encontrando nas cidades condições de proliferação.
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Boulos afirma que o ser humano também possui uma parcela de culpa diante dos casos da febre: “Você está indo na casa do mosquito, você está indo na casa do macaco”. O homem, segundo ele, entra no ciclo de febre amarela silvestre.
O desenvolvimento dos meios de transportes ainda pode aumentar a complexidade da proliferação e do controle do vírus, como explica o professor Saldiva. “A mobilidade dentro dessas cidades é muito grande. O indivíduo que está na Cantareira pode muito bem trabalhar na zona sul.”
Os professores comentam ainda sobre a complexidade do combate ao Aedes aegypti – principal vetor da febre amarela urbana -, devido à sua capacidade de adaptação, apesar de o Brasil possuir o maior parque de pesquisa da América Latina.
Para a erradicação da doença na população, a vacina é praticamente a única forma de combate, já que a moléstia é transmitida na selva e não existe uma forma de eliminar o mosquito. A vacina, que é confeccionada através de vírus atenuados, é recomendada apenas em lugares onde há riscos por conta da proximidade de matas, já que possui contraindicações e efeitos colaterais. A vacina integral, segundo Boulos, é muito eficiente e reconhecida pela Fundação Oswaldo Cruz com poder imunogênico 60 vezes maior que o necessário para a proteção – portanto, a vacina fracionada, que é dividida em cinco vezes, ainda é muito eficaz.
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