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A exposição No Lugar Mesmo, de Ana Maria Tavares, atualmente em cartaz na Pinacoteca do Estado, é um exemplo de “antimuseu”, afirmou o professor Martin Grossmann em sua coluna “Na Cultura, o Centro Está em Todo Lugar”, que foi ao ar no dia 29 de março. “Antimuseu” é um termo que Grossmann cunhou na passagem dos anos 80 para os 90, que designa qualquer iniciativa que contrarie a ideia tradicional de museu. “A exposição se transforma num problema para o museu, não um problema negativo, mas um problema que ativa criticamente esse pensamento mais normativo, protocolar do museu.”
Segundo Grossmann, a exposição questiona o museu por dentro. “A obra principal é a que está no octógono, que implode o museu, no sentido figurativo, porque coloca espelhos nas paredes desses espaços. Os visitantes, ao adentrar no museu, se perdem nesse modo como ela lida com o espaço.”
A mostra de Ana Maria Tavares constitui também, na visão do professor, uma crítica ao Modernismo – não de forma negativa, mas sim uma crítica que questiona o legado desse movimento artístico. “Ela faz isso através de certas estratégias muito interessantes, como um vídeo que é resultado de um trabalho com mídias digitais baseado na Oca, edifício de Niemeyer no Ibirapuera. Ela espelha todo o interior da Oca e cria a situação de um ambiente líquido, um ambiente que vai quase contra o racionalismo do Modernismo.”
Ouça no link acima a íntegra da coluna.