O tema da delação premiada de Joesley Batista continua dando o que falar, razão pela qual o cientista político José Álvaro Moisés faz algumas observações em relação a esse caso. A delação dos irmãos Batista, donos da JBS, dá para a sociedade a impressão de que o crime compensa, uma vez que, tendo cometido crimes, eles foram liberados e viajaram para Nova York, o que configura uma situação excepcional. Em sua defesa, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sustenta que o acordo se justifica pelo fato de que as informações recebidas foram muito importantes para o Ministério Público.
“O fato, no entanto, é que não está inteiramente claro ainda quais foram todas essas informações em torno dessa delação, que teriam justificado não apenas o acordo, mas um acordo em condições consideradas muito vantajosas para os irmãos Batista.” Álvaro Moisés entende que o debate que se coloca agora diz respeito à possibilidade de o STF fazer uma revisão dos acordos celebrados com os donos da JBS, com o intuito de verificar se houve exageros na outorga dos benefícios concedidos aos Batista. Afinal, num sistema em que há separação de poderes, a transparência e o controle público e social das diferentes instituições são fundamentais.